O papel dos sistemas alimentares na crise climática e na COP 28

À medida que o mundo dirige seu olhar para as questões climáticas, um elemento-chave se destaca na trama complexa do aquecimento global: os sistemas alimentares. Em novembro de 2023, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) reconheceu, pela primeira vez, a profunda conexão entre a forma como produzimos e consumimos alimentos e sua influência na crise climática global.

A COP 28 não só colocou o tema em evidência, mas também lançou uma agenda especial e uma Declaração sobre Sistemas Alimentares, Agricultura e Ação Climática. Este movimento, surgido a partir de uma cúpula em Roma, sinaliza uma preocupação crescente com aspectos como biodiversidade, justiça social, geração de renda, além do uso sustentável dos solos, conforme destacou Gaston Kremer, um dos supervisores do tema de Alimentação e Agricultura no Resilience Hub da COP 28.

É dentro deste contexto que a World-Transforming Technologies (WTT), uma ONG latinoamericana, emerge como peça fundamental ao abordar o vácuo entre as inovações e tecnologias voltadas para a agricultura regenerativa e os pequenos agricultores. A WTT, integrante do consórcio de Negócios Alimentares Regenerativos (NAR), articula soluções para desafios socioambientais. Sua atuação engloba projetos como tecnologias de reuso de água doméstica para agricultura familiar e conservação de alimentos através de biofilme, que auxiliam sobretudo produtores em regiões remotas e vulneráveis.

A atenção para a agricultura regenerativa demonstrada pela WTT é relevante especialmente quando consideramos que os sistemas alimentares não apenas contribuem para as emissões de gases de efeito estufa, mas também sofrem consideravelmente com as alterações climáticas já em curso. Dessa forma, entender e reconfigurar o setor alimentício torna-se um aspecto crítico nas estratégias de combate e adaptação às mudanças climáticas.

Kremer aponta que muitas inovações necessárias já existem em saberes tradicionais e em níveis locais, mas há uma necessidade imperiosa de “processos de inovação e diálogos interculturais” que ajudem a escalar e sistematizar essas práticas sustentáveis. O papel da ciência aplicada é também central para avançar nesses modelos. Ambas as iniciativas da WTT e dos participantes da COP 28 demonstram um sentido urgente de ação frente à crise climática, alinhando inovação, resiliência e sustentabilidade no coração de suas estratégias.

Para mais informações sobre as iniciativas e os detalhes sobre a atuação de organizações como a WTT na bioeconomia e nos sistemas alimentares regenerativos, os interessados podem visitar os websites regenerativo.org e cop28.com.


Fonte: https://noticias.ambientalmercantil.com/2023/11/o-papel-dos-sistemas-alimentares-na-crise-climatica-e-na-cop-28/

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