Em um estudo detalhado desbravando as fronteiras da biotecnologia e sua atuação na economia global e regional, destaca-se o papel dos aglomerados biotecnológicos como ferramentas estratégicas para a inovação e crescimento socioeconômico. Esta análise profunda revela como a biotecnologia, atuando em conjunto com ecossistemas de inovação, troca de conhecimento e recursos críticos, é capaz de impulsionar a competitividade e desenvolvimento de pequenas e médias empresas (PMEs), especialmente aquelas em regiões com disparidades de desenvolvimento.
O fenômeno dos clusters biotecnológicos, caracterizados por redes de PMEs que colaboram em biotecnologia, surge como uma resposta para promover o crescimento e a competição no setor. Tais aglomerados foram identificados como aceleradores de crescimento, capazes de incubarem empreendimentos empresariais e descobertas científicas. Este ambiente de inovação propícia a implementação eficaz de ideias, atração de investimentos e superação de barreiras geográficas e burocráticas.
Exemplos globais como Silicon Valley, Singapore Biopolis e a região alemã Rhine-Neckar destacam-se pelo sucesso reconhecido internacionalmente, resultado de eficiência e relevante output econômico. Estes clusters biotecnológicos mostram-se como ambientes onde academia, indústria e governo colaboram em projetos conjuntos, fomentando a inovação e competitividade.
A implementação bem-sucedida destes clusters não é um privilégio exclusivo dos países desenvolvidos. Para nações em desenvolvimento, os clusters biotecnológicos desempenham um papel vital, não apenas acelerando o progresso tecnológico, mas também como instrumentos para alcançar um palco global de liderança econômica e científica. Oferecem a estes países meios para contornar estágios tradicionais de desenvolvimento e avançar rapidamente na competição global, cultivando um ambiente propício à ciência e negócios, estabelecendo infraestrutura moderna e fomentando cooperações internacionais.
No contexto russo, o setor de biotecnologia é apoiado ativamente pelo governo, com subsídios através dos Projetos Nacionais da Rússia para financiar projetos regionais que criem e promovam clusters biotecnológicos. Apesar dos desafios atuais, como a falta de pessoal qualificado e a carencia de tecnologias modernas devido a sanções, a pesquisa identifica um potencial considerável nos clusters biotecnológicos para superar essas barreiras.
Os autores propõem a criação de clusters biotecnológicos que ofereçam condições adequadas e leais para a entrada tanto em níveis locais quanto globais. A análise de práticas globais bem-sucedidas e projetos regionais russos revela grupos de fatores de sucesso para os clusters biotecnológicos. Em nível global, fala-se de financiamento governamental, simplificação burocrática e suporte de demanda para produtos inovadores. Já em nível regional, destacam-se o desenvolvimento de cursos de treinamento avançado, acesso a materiais educacionais de qualidade e o envolvimento de universidades e comunidades científicas locais na pesquisa.
As conclusões e recomendações científicas do estudo ressaltam que os clusters biotecnológicos são ferramentas eficazes para estimular o desenvolvimento econômico em países em desenvolvimento. Casos globais mostram que eles podem se tornar motores de crescimento por meio de suporte governamental, investimento, inovação e colaboração ativa. Na Rússia, a criação de clusters biotecnológicos poderia ajudar a superar os desafios existentes. Com a ajuda do suporte governamental e a criação de condições favoráveis para a inovação e o desenvolvimento do setor biotecnológico, as nações podem se orientar para a liderança científica, vitalidade econômica e um futuro mais sustentável.
Fonte: L. Gazieva, S. Valeev, and O. Anokhina, “The Role of Biotechnology and Biotechnology Clusters in Global and Regional Economy Development,” in BIO Web of Conferences, vol. 76, 2023, Art no. 10004. DOI: 10.1051/bioconf/20237610004.