Pequenas e Médias Empresas (PMEs) em Foco: Novas Definições e Trajetos para Metas Baseadas na Ciência
Em um esforço para acelerar as respostas das pequenas e médias empresas (PMEs) às mudanças climáticas, a Science Based Targets initiative (SBTi) adotou um novo conjunto de definições e uma rota simplificada de validação de metas, efetivo a partir de 1º de janeiro de 2024. Essas mudanças traduzem-se em um caminho mais direto para as PMEs que procuram estabelecer metas de redução de emissões robustas e credíveis que estejam alinhadas com a ciência do clima.
O novo critério de definição de PME, que inicialmente distinguia as empresas por terem menos de 500 funcionários, foi atualizado, considerando uma série de fatores como o número de empregados, o volume de negócios e, agora, a pegada de carbono. Empresas que emitem menos de 10.000 tCO2e em escopo 1 e escopo 2 baseado em localização, que não possuem ou controlam embarcações marítimas ou ativos de geração de energia, e que não são instituições financeiras (IFs) ou empresas de petróleo e gás (O&G), podem agora percorrer esta rota simplificada.
Além disso, a atualização esclarece a exclusão de empresas que são subsidiárias de corporações maiores, bem como empresas dos setores FI e O&G, garantindo um nível uniforme de rigor no processo de estabelecimento de metas em toda a organização.
Esta abordagem também reflete uma preocupação crescente com a sustentabilidade e a aderência a padrões específicos, como a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CRDS), um marco da União Europeia que define divulgações obrigatórias para empresas relacionadas a tópicos ambientais, sociais e de governança. A manifestação do compromisso das PMEs é agora mais evidente ao aderirem voluntariamente a estas metas baseadas na ciência, contribuindo igualmente para a mitigação das mudanças climáticas.
Quanto ao processo de validação de metas, houve um esclarecimento sobre a diferença entre metas de curto e longo prazo. As PMEs têm opções pré-definidas para estabelecer metas de redução absoluta de emissões de escopo 1 e 2 a curto prazo, com um ano-alvo de 2030, enquanto as metas de longo prazo visam o ano de 2050, envolvendo reduções absolutas em escopos 1, 2 e 3. É relevante notar que, embora não seja necessário estabelecer metas de escopo 3 a curto prazo, as PMEs comprometem-se a mensurar e reduzir suas emissões de escopo 3 em alinhamento com as diretrizes da SBTi.
Referente à contabilização de funcionários, o novo guia especifica que deve ser considerada a contagem total de indivíduos empregados pela empresa, seja em regime de tempo integral ou parcial, enfatizando a importância de uma avaliação abrangente e precisa para determinar a elegibilidade.
Além disso, diante do aumento significativo da demanda por metas baseadas na ciência, principalmente entre PMEs, o SBTi revisou as taxas de validação. As taxas garantem que a iniciativa possa continuar a oferecer o serviço de validação de metas com elevado padrão, ao mesmo tempo que faz melhorias contínuas nos serviços. Foi instituída uma taxa com valor reduzido, oferecendo uma estrutura escalável que varia de $1.000 a $2.500 USD, em comparação com a taxa padrão de $9.500 USD, com opção de isenção da taxa para PMEs que demonstrem necessidade, com base na localização e receita anual.
Com a implementação dessas novas diretrizes, as PMEs estão agora mais equipadas para participar ativamente da corrida para zero emissões, contribuindo para o esforço coletivo de alcançar emissões líquidas zero até 2050. Observa-se também o incentivo para que empresas continuem divulgando seus progressos anualmente, por meio de relatórios padronizados e comparáveis, seguindo os padrões estabelecidos pelo Protocolo de Emissões de Gases de Efeito Estufa.
A transparência neste processo é crucial e, para auxiliar na mensuração e divulgação das emissões, foram recomendadas as ferramentas fornecidas pelo SME Climate Hub, além dos recursos oferecidos pela própria SBTi para a definição de metas ambiciosas de escopo 3.
Este movimento representa um passo decisivo no envolvimento das PMEs no combate às mudanças climáticas, evidenciando a importância de cada empresa, independentemente do seu tamanho, no esforço global para a sustentabilidade e a adaptação às práticas ESG (Environmental, Social and Governance).
Fonte: SMALL AND MEDIUM-SIZED ENTERPRISES (SMEs), November 2023. https://sciencebasedtargets.org/news/sbti-announces-updated-sme-definition-and-fees