Uma ampla pesquisa sobre as políticas florestais nos países nórdicos identifica um futuro repleto de necessidades, incertezas e recomendações para a gestão de florestas. O estudo, que entrevistou especialistas da Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca entre fevereiro e maio de 2023, revela divergências e correlações que ajudam a traçar possíveis cenários futuros para as políticas florestais nórdicas.
Os resultados mostram a importância de uma política inclusiva, coerência e integração entre diferentes setores, além de mudanças na gestão florestal. Especialistas enfatizam a necessidade de fortalecer a base de evidências, aumentar a participação de stakeholders e adotar governança adaptativa e gestão florestal integrada.
Na Finlândia, há uma demanda significativa por mudanças na regulamentação, incluindo a proteção das turfeiras para armazenamento de carbono e a necessidade de incentivar princípios de liberdade e resposta climática nas políticas florestais. Já na Suécia, a prioridade é estabelecer métodos alternativos de gestão, como o manejo próximo à natureza, para atender a múltiplos valores florestais.
Os entrevistados noruegueses destacaram a urgência de interromper o corte de florestas antigas e incentivar uma mudança na abordagem da gestão florestal, priorizando o corte seletivo e a cobertura florestal contínua. Na Dinamarca, houve sugestões de reformar a Política Agrícola Comum da UE para aumentar a aforestação e monitorar os estoques de carbono.
O estudo revela a importância de melhorar a coerência política entre os países nórdicos e a necessidade de uma abordagem holística que identifique as melhores práticas para conservação de biodiversidade e mitigação das mudanças climáticas. Em termos de participação, houve um consenso sobre a importância do envolvimento estruturado de diferentes atores no desenvolvimento de políticas, para garantir impactos significativos.
Entretanto, incertezas permanecem, principalmente em relação às estratégias de bioenergia, o impacto das regulamentações europeias e as práticas de gestão seletiva. Especialistas destacam que o futuro das políticas florestais nos países nórdicos necessitará de iniciativas que motivem os proprietários florestais a promover a gestão sustentável e a preservação de habitats valiosos.
Os resultados do estudo enfatizam a necessidade de maximizar as sinergias para uma silvicultura baseada em evidências, promover a participação de stakeholders e adotar políticas adaptativas que sejam capazes de transformar os desafios em oportunidades para a bioeconomia florestal.