O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (*BNDES*) lançou um compromisso ambicioso com a biodiversidade durante a COP16, em Cali, na Colômbia. Este importante evento global sobre biodiversidade, promovido pela Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica, foi o palco para a apresentação do documento intitulado “Biodiversidade: o compromisso do BNDES com a natureza”. O documento sinaliza as responsabilidades e estratégias do banco em prol da conservação, uso sustentável e restauração de ecossistemas.
No contexto da conferência, o BNDES reafirmou seu papel significativo na mobilização de recursos tanto públicos quanto privados para a restauração de biomas, preservação da biodiversidade e promoção de práticas empresariais sustentáveis. Esse esforço se alinha às políticas públicas brasileiras, buscando tornar a agenda de biodiversidade uma agenda de oportunidades.
Os conselheiros do BNDES, incluindo a ex-ministra Izabella Teixeira e o pesquisador Carlos Nobre, destacaram que a agenda de biodiversidade também representa um compromisso com o desenvolvimento econômico e social. Eles enfatizaram que a restauração de ecossistemas não só é necessária, mas requer uma mobilização expressiva de recursos nacionais e internacionais.
Dentre os compromissos assumidos, o BNDES se propõe a promover um novo paradigma de desenvolvimento econômico que busque uma relação harmoniosa entre sociedade e natureza. Isso inclui a valorização dos saberes tradicionais e a potencialização do valor econômico das sociobiodiversidades brasileiras, visando gerar renda e reduzir desigualdades sociais. Outro aspecto crucial é a manutenção dos serviços ecossistêmicos, que são essenciais tanto para as atividades econômicas quanto para o bem-estar humano.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a retomada da pauta ambiental como uma das prioridades do banco sob a orientação do atual governo brasileiro. Com isso, o BNDES busca cumprir seu papel na implementação das políticas públicas e incentivar o envolvimento de agentes econômicos nos esforços de conservação e restauração ambiental.
O documento reforça o compromisso do BNDES em colaborar para que o Brasil cumpra suas metas no âmbito do novo Marco Global da Diversidade Biológica de Kunming-Montreal, assim como na Estratégia e Plano de Ação Nacional para Biodiversidade (Epanb). Estimular a recomposição dos ecossistemas diante da degradação ambiental global é visto como uma prioridade, especialmente considerando o impacto devastador das atividades humanas, como destacado pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES).
A diretora Tereza Campello, responsável pela área Socioambiental do BNDES, reforça que o compromisso do banco é promover um desenvolvimento econômico que coloque a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos no centro das atenções. Para isso, o BNDES busca mobilizar recursos próprios e de parceiros.
A governança estratégica do BNDES envolve três principais frentes de atuação: a Mobilização de Recursos, a Gestão de Riscos e Impacto, e a Transparência e Comunicação. Para a mobilização de recursos, o banco foca em temas como a conservação e restauração de biomas terrestres e marinhos, agroecologia, atividades produtivas sustentáveis, educação, inovação, combate à poluição e desenvolvimento urbano sustentável.
O compromisso do BNDES com a biodiversidade também é reforçado pela integração de suas ações dentro de sua governança geral de sustentabilidade. Incluindo conselhos e comitês específicos dedicados a avaliar e mitigar riscos socioambientais, o banco proíbe apoio a atividades com alto potencial de danos e estabelece condições para aquelas que podem impactar negativamente o ambiente.
O evento de lançamento do documento incluiu a discussão sobre o papel das instituições financeiras na mobilização de recursos para alcançar as metas da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), demonstrando a importância do setor financeiro na agenda de sustentabilidade global.
