O Brasil, numa iniciativa histórica para o fortalecimento da bioeconomia e resposta à crise climática, anunciou na COP-28, realizada em Dubai, a alocação de R$ 1 bilhão para a criação do Arco de Restauração, uma medida ambiciosa para a promoção da restauração ecológica de áreas desmatadas ou degradadas na Amazônia. Dessa soma, R$ 450 milhões de reais provêm do Fundo Amazônia, um instrumento essencial no financiamento de projetos sustentáveis na região.
Com foco na retomada do equilíbrio ambiental e na minimização dos impactos do aquecimento global, o edital Restaura Amazônia atua como primeiro marco dessa iniciativa, que alinha-se às diretrizes do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). O edital visa a mobilizar fundos de diversos atores, como nações, corporações e administrações regionais, para consolidar a agenda de restauração ecológica.
Além dos recursos do Fundo Amazônia, outros R$ 550 milhões serão destinados para operações de financiamento em áreas privadas, com taxas de juros reduzidas, provenientes do novo Fundo Clima. Estes esforços combinados preveem o restauro de 6 milhões de hectares de regiões prioritárias e a captura de 1,65 bilhão de toneladas de carbono até 2030, destacando o papel crucial da engenharia para bioeconomia nesse processo.
O programa delineia duas fases: a primeira requer investimentos de até R$ 51 bilhões, enquanto a segunda, até 2050, projeta-se a restaurar 18 milhões de hectares com aportes estimados em R$ 153 bilhões. Esta visão estratégica não apenas responde à crise climática, mas também catalisa o desenvolvimento econômico regional, gerando potenciais 10 milhões de empregos na Amazônia. As dimensões sociais e econômicas do projeto refletem a visão do Bio-impacto, promovendo uma engenharia voltada à sustentabilidade e ao legado ecológico.
O Fundo Amazônia, criado em 2008 e responsável por viabilizar 106 projetos com um total de R$ 1,8 bilhão em investimentos, reforça seu papel na promoção de práticas sustentáveis já com benefícios constatados para cerca de 241 mil pessoas, apoiando atividades produtivas que respeitam o meio ambiente, além de dar suporte a 101 terras indígenas e 196 unidades de conservação. Esse é um exemplo emblemático de como as políticas de estímulo à restauração ecológica e à atuação responsável podem resultar em uma série de vantagens ambientais, sociais e econômicas, ressoando um modelo de desenvolvimento sustentável que pode e deve ser replicado globalmente.