Em um movimento audacioso e pioneiro, a Natura anunciou uma decisão estratégica que redefine o futuro de sua atuação empresarial. Colocando a regeneração no centro de suas operações, a empresa amplia suas iniciativas para além da sustentabilidade, insistindo agora na necessária transformação e restauração dos ecossistemas já degradados pela atividade humana ao longo dos anos.
Durante a COP 28, o mundo foi apresentado a essa nova visão, que encerra a era em que a sustentabilidade sozinha era vista como a resposta para os desafios ambientais, transbordando os limites já conhecidos para incutir práticas ainda mais profundas e transformadoras na relação entre o negócio e o planeta.
Mais do que a preservação dos recursos, Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade de Natura &Co América Latina, enfatiza que a regeneração deve ser encarada como um processo holístico que respeita e promove a vida, seja nos indivíduos, comunidades, na natureza ou nos próprios relacionamentos interpessoais e ambientais. Esta visão já estava sendo sutilmente desenhada nas ações da empresa, que, com suas práticas regenerativas como a venda direta e a exploração ética de bioingredientes na Amazônia, vinha operando de acordo com os princípios de respeito a ciclos naturais e valorização da comunidade local.
A atuação na Amazônia por mais de duas décadas é ilustrativa da filosofia da marca. Com 42 bioingredientes desenvolvidos, a Natura consolidou uma cadeia produtiva que estende benefícios a aproximadamente 4 milhões de pessoas na América Latina, a maioria mulheres. Ainda neste escopo geográfico, a empresa contribui para a conservação de mais de 2 milhões de hectares de floresta, celebrando as relações sustentáveis e mutualmente enriquecedoras estabelecidas com as 41 comunidades agroextrativistas com as quais mantém parceria.
Os esforços na implementação prática desse novo conceito já estão em curso. Fruto de uma parceria com a Embrapa e a CAMTA, a Natura tem investido em escala no primeiro sistema agroflorestal de cultivo de óleo de palma no mundo. Tal sistema já começou a gerar resultados concretos, presentes em produtos marcantes como a linha Natura Biome. Um case expressivo dessa mudança é também o lançamento inovador do primeiro hidratante concentrado para o corpo do mundo, que, além de seu caráter revolucionário, vem em embalagens refiláveis fabricadas com plástico retirado dos rios da Amazônia.
O descarte desse hidratante também foi pensado para reduzir o impacto ambiental, atestando a diminuição de 81% no uso de plástico em comparação a refis convencionais. Essa iniciativa não somente diminui a geração de resíduos, mas também amplia o impacto econômico positivo, pois beneficia diretamente mais de 195 famílias pelo norte do Brasil, através de parcerias com 10 cooperativas de reciclagem.
A regeneração emerge, portanto, como um vetor de renovação para os negócios da Natura. Angela Pinhati conclui que é um passo além direcionado ao futuro, com a esperança de que mais marcas reconheçam seu papel ativo e se vejam como parte integrante na salvaguarda da saúde planetária e humana.