Em uma movimentação inovadora para a bioeconomia da Amazônia, a empresa Natura anunciou a criação de um novo mecanismo financeiro que promete abrir portas para que cooperativas e associações agroextrativistas da região possam participar ativamente do mercado global de ativos florestais, avaliado em impressionantes US$ 175 bilhões. Este projeto, que já está impactando positivamente a vida de inúmeras famílias amazônicas, é fruto da colaboração entre a Natura, a VERT Securitizadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).
O surgimento deste mecanismo vem acompanhado de contribuições significativas, incluindo um investimento inicial robusto de R$ 12 milhões, aportados pela própria Natura, pela Good Energies Foundation e pelo Fundo Vale. Para colocar em prática este ambicioso projeto, foram estabelecidos dois instrumentos financeiros primordiais: o certificado de recebíveis do agronegócio (CRA), sob gestão da VERT, e o Enabling Conditions Facility (ECF ou Fundo Facilitador), controlado pelo FUNBIO.
O CRA se destina a fornecer financiamento antecipado para as cooperativas e associações, cumprindo uma função essencial de capital de giro para sustentar as safras anuais. Por outro lado, o ECF, de natureza filantrópica e recursos não-reembolsáveis, foca no desenvolvimento sustentável, investindo em assistência técnica para fortalecer aspectos operacionais e institucionais das cadeias de sociobiodiversidade. O fundo também é dedicado a impulsionar programas socioambientais, que lidam com desafios estruturais significativos, dando especial atenção às necessidades de jovens e mulheres.
Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade da Natura &Co América Latina, reitera a importância dessas ferramentas financeiras para a valorização e o fortalecimento das cadeias da sociobiodiversidade da Amazônia. Ela ressalta a bioeconomia como um campo de crescente reconhecimento, especialmente quando se considera o potencial do Brasil para tornar-se um líder global nessa economia de valorização da vida, da natureza e das pessoas.
Por fim, ecoa a visão de Martha de Sá, co-fundadora da Vert, que vê o mecanismo financeiro como uma inovação que confere poder às cooperativas locais, incentivando-as a se tornarem mais competitivas e sustentáveis. A empolgação é compartilhada pelo Superintendente de Programas do FUNBIO, Manoel Serrão, que enfatiza o potencial do ‘Amazônia Viva’ para desbloquear recursos essenciais, conectando os produtores locais ao próspero mercado global e materializando o valor dos ricos recursos ecológicos da Amazônia.