Laboratórios de co-working impulsionam start-ups biotech com redução de custos e progresso acelerado

O ecossistema de start-ups biotecnológicas tem assistido ao crescimento de uma tendência que pode ser crucial para o progresso acelerado e a redução de custos: os laboratórios de co-working. Estes espaços compartilhados representam um modelo atrativo ao oferecer, além de bancadas de trabalho, uma rede diversificada de mentores da indústria, criando uma alavanca para o lançamento de novos empreendimentos.

Johannes Fruehauf, logo após vender sua primeira empresa de biotecnologia, identificou a necessidade desses espaços flexíveis que poderiam oferecer equipamentos e consumíveis compartilhados. Suas iniciativas, como BioLabs e LabCentral, sedimentaram as bases para um modelo de negócios que hoje se expande por diversas localidades, desafiando a estrutura tradicional de criação de laboratórios privados.

Ao criar estes ambientes, Fruehauf enfocou a construção de um senso de comunidade e colaboração, em detrimento da privacidade, otimizando assim as interações e a partilha de conhecimentos. Start-ups, como a Accure Health, colheram os frutos deste meio, aproveitando o suporte informal e mentorias que potencializaram suas habilidades empresariais de forma comparável a um mini MBA não oficial.

Os relatos de Daphne Teo, fundadora da NSG BioLabs em Singapura, e Erik Lustgarten, especialista em ambientes de pesquisa criativos, convergem para as vantagens financeiras e de velocidade que os coworking labs podem proporcionar às empresas em formação. As startups encontram nesses espaços um atalho para concentração em suas ideias, abstraídos de preocupações operacionais que usualmente dissipam energia e recursos.

Os laboratórios compartilhados também se diferenciam dos incubadores universitários pela conexão com uma ampla comunidade de inovação, estratégica para acelerar tomadas de decisão e economia de capital. April Giles ressalta a colaboração em compartilhamento de equipamentos e oportunidades de negócios como estratégias fundamentais adotadas no Fitzsimons Innovation Community, destacando-se a interação e sinergia entre as organizações residentes.

Além de espaços físicos, os laboratórios de co-working oferecem mentorias robustas, como enfatizado por Sang, que disponibiliza aos fundadores de startups a experiência valiosa de mentores experientes. Este ecossistema propício ao mentoring ajuda na criação de estratégias de negócios e no polimento de apresentações para investidores.

O conceito de ‘colisões inovadoras’ delineia o esforço por trás da projeção desses ambientes colaborativos. Lustgarten e Fruehauf delimitam a importância do design e da promoção de eventos sociais e educativos para fomentar uma comunidade engajada e produtiva. Conclui-se, portanto, que os coworking labs emergem como soluções poderosas para a construção de empresas de biotecnologia resilientes e criativas, contextualizadas num mercado cada vez mais consciente do valor da partilha e da inovação colaborativa.

Fonte: R. Brazil, “How co-working labs reduce costs and accelerate progress for biotech start-ups,” Nature, vol. 626, pp. 221-223, Jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.1038/d41586-024-00242-1

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