Durante a Bioeconomy Ireland Week, realizada em Dublin, destacou-se a relevância de acelerar o desenvolvimento da bioeconomia circular, um movimento que ganha força na medida em que a necessidade de descarbonizar a economia se torna cada vez mais crítica. Esse evento reuniu empreendedores e investidores para discutir e buscar soluções que ampliem o financiamento de inovações sustentáveis. A conferência, realizada no Guinness Enterprise Centre, focou em abordar os desafios associados à mobilização de recursos financeiros, essencial para viabilizar essas iniciativas.
Um dos pontos altos do evento foi a fala da Professora Maeve Henchion, da Teagasc, ShapingBio e BiOrbic, que apontou o financiamento como um dos maiores obstáculos para o avanço da bioeconomia na União Europeia. Segundo a especialista, o capital deve fluir de forma mais eficiente dos detentores de recursos para os inovadores, já que o financiamento público, sozinho, não é suficiente para suprir as necessidades crescentes do setor.
Professor Kevin O’Connor, cientista da University College Dublin e fundador de uma empresa derivada, enfatizou que além do desenvolvimento tecnológico, é crucial compreender a dimensão do problema que se busca resolver, bem como o potencial de mercado e os desafios regulatórios para entrada nesse mercado. Salientou também a importância da colaboração entre diversos especialistas e partes interessadas como chave para realizar e sustentar a visão de inovação.
O evento também expôs as desafios únicos enfrentados por empresas na bioeconomia circular, destacando-se as conversas com Dr. Frank Clarke e Aoibheann O’Brien. Enquanto Clarke é pioneiro em produtos inovadores de proteína de inseto para animais de estimação, O’Brien co-fundou a FoodCloud, uma reconhecida empresa social. Ambas as experiências serviram para ilustrar como a obtenção de financiamento é uma barra elevada, adicional às dificuldades em comunicar claramente a proposta de valor de cada negócio, uma vez que muitas vezes envolve explicar o impacto e a funcionalidade de soluções sustentáveis.
Participantes como David Bowles, do The Yield Lab Europe, e Colette Shirley, Diretora de Sustentabilidade do Bank of Ireland, trouxeram insights valiosos. Eles destacaram que empresas de diversos setores, de manufatura a finanças, devem focar cada vez mais em práticas sustentáveis ao lado dos retornos financeiros. Esta mudança de paradigma é impulsionada por regulamentações como a Diretiva de Responsabilidade Social Corporativa, que encoraja as empresas a adotarem práticas sustentáveis de forma proativa. Contudo, ficou claro que as empresas não podem investir em sustentabilidade sem uma compreensão clara das suas implicações e benefícios.
Após o evento, Dr. Noha Mahmoud, do projeto ShapingBio e Teagasc, expressou entusiasmo com o diálogo aberto entre empreendedores em busca de financiamento e potenciais investidores. Sublinhou que sem esse alinhamento, a inovação sustentável pode ser comprometida.
Niamh Collins, Diretora do Centro de Empreendedorismo Guinness, ressaltou a diversidade de setores representados e os desafios comuns enfrentados pelas empresas emergentes. Ela reafirmou a importância do diálogo franco, como promovido durante o evento, para superar barreiras e fomentar a colaboração intersetorial.
Fonte: https://www.teagasc.ie/news–events/news/2024/business-opportunities-in.php