Plano de Transformação Ecológica do Brasil é lançado na COP 28
Em Dubai, nos Emirados Árabes, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a implementação do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, visando colocar o país na linha de frente de uma globalização sustentável e inclusiva. Este plano convida a uma nova visão da região como um pilar central da economia verde, desafiando os modelos de desenvolvimento atuais ao propor um papel renovado para o Sul Global.
De olho na concretização do Plano, estudos do setor privado revelam que a mudança ecológica poderia resultar em um aumento significativo de emprego, gerando entre 7,5 a 10 milhões de empregos, especialmente nos setores da bioeconomia, agricultura e infraestrutura. No entanto, para tornar isso uma realidade, estima-se ser necessário um incremento substancial em investimentos, oscilando entre US$ 130 a US$ 160 bilhões anualmente durante a próxima década, primordialmente em setores de infraestrutura. Esses investimentos visam preparar o Brasil para as adaptações necessárias, potencializar a produção de energia e desenvolver a industrialização e mobilidade.
Haddad ressaltou a competência do país em gerar infraestruturas sustentáveis, destacando a produção de etanol, o desenvolvimento de biocombustíveis e a atuação significativa em energias renováveis. Como medidas em andamento para incentivar novos investimentos, citou a regulamentação do mercado de carbono, a emissão de títulos soberanos sustentáveis, a criação de uma taxonomia focada em sustentabilidade e a revisão do Fundo Clima.
Na ocasião, o ministro reconheceu o progresso em setores essenciais para a transformação ecológica do Brasil, como a redução de 50% no desmatamento da Amazônia, o fortalecimento da legislação referente ao hidrogênio verde e energia eólica offshore, e a atualização da Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC), com objetivos de redução de emissões de gases estufa mais ambiciosos que países como os Estados Unidos.
O Plano, além de ser uma estratégia de desenvolvimento, é uma iniciativa de engajamento diplomático que busca aliar as medidas internas a um movimento global, fundamentando-se em uma visão evolutiva que se ajusta ao enfrentamento das mudanças climáticas, almejando ser um modelo realista mas arrojado para a reinvenção sustentável do Brasil.