O Brasil tem papel de destaque na articulação entre finanças e sustentabilidade à frente do G20, evidenciando a importância crescente de práticas sustentáveis na economia global. Com a presidência do bloco das maiores economias do mundo, o país sul-americano alça as questões de segurança alimentar e sustentabilidade a uma posição central na agenda da próxima cúpula, marcada para 2024.
Em uma iniciativa marcante, Brasília acolheu a sessão conjunta da Trilha de Sherpas e de Finanças do G20, com presenças estratégicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Esta ação fortalece o posicionamento do Brasil como uma nação comprometida com o combate à mudança climática e promove a visão de que a eficiência dos financiamentos climáticos é vital para tal empreendimento.
Concomitantemente, o G20, que tem evoluído para tratar de tópicos cada vez mais diversos – incluindo aqueles de teor ambiental em sua pauta -, prepara-se para funcionar como um epicentro de decisões estratégicas relacionadas ao clima. Com o financiamento para adaptação e mitigação contra eventos extremos sob seu guarda-chuva, o grupo pode se tornar um catalisador cruciais às negociações climáticas internacionais. No evento ‘G20 e a agenda da sustentabilidade’, realizado na COP 28, André Corrêa do Lago, secretário do Clima e Meio Ambiente, ressaltou o papel do G20 como facilitador para resolver entraves ambientais que comumente surgem em convenções do clima.
Adicionalmente, com a presidência itinerante do bloco nas mãos de países em desenvolvimento, incluindo a própria Índia e África do Sul após o Brasil, ressalta-se a possibilidade de priorização dos interesses do Sul Global. Uma das iniciativas de destaque nesse contexto é a formação de uma força-tarefa dedicada a unificar informações relativas ao financiamento climático, aumentando a agilidade e adequação dos recursos financeiros às demandas climáticas urgentes.
O país também busca liderar uma movimentação voltada à bioeconomia, uma área emergente à procura de definições mais consolidadas e estratégias de abrangência global. Ivan Oliveira, subsecretário do ministério, salientou que esta é uma janela de oportunidade para o Brasil influenciar a discussão internacional sobre o assunto. Acrescenta-se a isso o esforço para descomplicar o acesso a aproximadamente 11 bilhões de dólares encalhados em fundos multilaterais, direcionando-os a projetos práticos e orientados para as nações mais suscetíveis aos impactos climáticos.
O Brasil propõe aperfeiçoar o G20 com uma agenda verde robusta, que estimulará os diálogos sobre uma transição justa envolvendo diferentes setores da economia. A ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou a importância de o país assumir uma postura mais ativa e organizada, assumindo o papel de um provedor de soluções nas arenas da crise ambiental e mudança climática.
Com este impetuoso ingresso na presidência do G20, o Brasil manifesta não apenas a vontade de liderar, mas também de redefinir o futuro das relações entre economia e ecologia, estando no centro dos próximos capítulos da geopolítica do clima e nas discussões acerca da ciência da sustentabilidade.
Fonte: https://pagina22.com.br/2023/12/18/brasil-liderara-relacao-entre-financas-e-sustentabilidade-no-g20/