Brasil lidera discussões sobre transição justa para COP30

Em reunião multilateral promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em Baku, Azerbaijão, representantes da Secretaria Nacional de Mudança do Clima e diversos bancos de desenvolvimento discutiram preparativos e expectativas para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30). O evento, que acontecerá no Brasil, será palco de negociações fundamentais para a agenda climática global.

A secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacou o interesse do Brasil em debater as diretrizes da COP30 sob três pilares essenciais: adaptação climática, transição justa e o alinhamento do fluxo financeiro ao Acordo de Paris. Toni ressaltou a necessidade de estabelecer um diálogo franco com o setor financeiro internacional, que será crucial para a concretização das metas brasileiras. “Queremos uma presidência da conferência que consiga entregar compromissos robustos”, afirmou.

No encontro, estiveram presentes membros do International Development Finance Club (IDFC), composto por 26 bancos públicos de desenvolvimento, além de outras instituições como o Vnesheconombank da Rússia, KfW da Alemanha e órgãos financeiros multilaterais como o Banco de Desenvolvimento da Europa (BEI) e o Banco de Desenvolvimento dos Países Islâmicos (IsDB). O grupo analisou como a área financeira pode contribuir para uma transição eficaz e para o cumprimento dos compromissos climáticos.

Nabil Kadri, superintendente de Meio Ambiente do BNDES, instigou os bancos a colaborarem na formulação de parâmetros internacionais para uma transição climática justa. Ele enfatizou a importância de criar indicadores concretos que defluam do conceito, permitindo, dessa forma, uma avaliação precisa da justiça nas políticas climáticas abordadas. “Precisamos de indicadores concretos para guiar estas ações”, argumentou.

Um dos desafios mencionados durante a reunião foi o desenvolvimento de uma taxonomia sustentável. Recentemente, o governo brasileiro iniciou uma consulta pública para definição desses parâmetros. Porém, o consenso internacional permanece um desafio, com poucos critérios globais aceitos e em implementação efetiva. O Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (EBRD) manifestaram estar realizando avanços em agendas semelhantes, sinalizando possíveis colaborações futuras.

Como um próximo passo, o grupo planeja organizar uma reunião de alto nível com os ministros da Fazenda de cada país representado, buscando alinhar as políticas públicas a serem discutidas e implementadas antes da COP30. MIGA, a Agência de Investimentos e Garantias do Banco Mundial, ofereceu apoio ao Brasil para alcançar suas metas climáticas mais rapidamente, destacando a colaboração internacional como via essencial para o progresso.

À medida que a COP30 se aproxima, o papel do Brasil como anfitrião detenha potencial para moldar discussões essenciais sobre a governança climática e o financiamento sustentável a nível global. O evento de 2025 promete ser um marco na condução das agendas ambientais, potencializando o impacto econômico e social de práticas sustentáveis e abrangendo novos horizontes para a bioeconomia.


Fonte: https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/detalhe/noticia/Com-vistas-a-Belem-BNDES-reune-Secretaria-Nacional-de-Mudanca-do-Clima-e-bancos-de-desenvolvimento-na-COP29/

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