O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 500 milhões, oriundos do Fundo Clima, para a Coamo Agroindustrial Cooperativa. Este montante será utilizado na construção de uma planta de etanol de milho em Campo Mourão, no Paraná, capaz de processar 1.700 toneladas de milho diariamente e produzir 765 mil litros de etanol.
A iniciativa visa atender não só à crescente demanda por biocombustíveis, mas também busca estimular uma produção mais sustentável. O projeto prevê também a geração de 510 toneladas de DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis) diariamente, competitivos no mercado de nutrição animal, além de 34 toneladas de óleo de milho, que pode ser utilizado na produção de biodiesel.
O apoio financeiro ao projeto reflete as políticas governamentais de promoção da economia verde, reduzindo significativamente a emissão de gases de efeito estufa. Esta é uma prioridade dentro do atual contexto de política industrial que visa a adoção de uma transição energética sustentável. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o financiamento de empreendimentos similares alinha-se perfeitamente com a diretriz do governo federal de incentivar investimentos em propostas competitivas ecologicamente corretas.
Além disso, o projeto ressalta o papel crucial do etanol de milho na descarbonização do setor de transportes, reforçando assim o compromisso com o desenvolvimento de fontes renováveis no país. Este alinhamento estratégico está em consonância com as diretrizes do programa “Nova Indústria Brasil”, que busca modernizar a infraestrutura energética nacional e fomentar o crescimento do setor.
A Coamo Agroindustrial Cooperativa, além de ser a maior cooperativa da América Latina, conta com 32 mil associados, sendo que 70% deles são pequenos agricultores, uma característica significativa que reforça seu papel no crescimento econômico local e regional. A cooperativa opera com uma estrutura robusta, distribuída por 115 unidades em 75 municípios no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
O compromisso com uma produção sustentável é reforçado pelo uso de eucalipto de reflorestamento próprio como matriz energética térmica, capaz de gerar até 30 megawatts de energia para o parque industrial da Coamo. Essa abordagem não só apoia a sustentabilidade, mas também demonstra inovação por meio da diversificação dos produtos e processos, mantendo-se alinhada a práticas de eficiência energética e autossuficiência.
Nos primeiros dez meses de 2024, o BNDES aprovou R$ 3,9 bilhões em crédito para o setor de biocombustíveis, destacando a crescente importância desse segmento no cenário econômico brasileiro. Um dado impressionante que sustenta esta expansão é o recorde de aprovações registrado em 2010, quando foram aprovados R$ 4,5 bilhões no setor. Isso aponta para uma tendência robusta e sustentada de investimento na bioeconomia nacional e na progressão de tecnologias limpas.
Esse projeto da Coamo é um exemplo eloquente de como financiamentos estratégicos podem contribuir para a construção de um futuro ambientalmente sustentável, gerando empregos e impulsionando a economia. A aprovação de recursos pelo BNDES reafirma o papel crucial das instituições de financiamento no incentivo a projetos que promovem a inovação e a sustentabilidade, elementos fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
