A bioeconomia da Índia alcançou uma marca expressiva de US$ 151 bilhões em 2023, desempenhando um papel vital no desenvolvimento nacional ao contribuir com 4,25% para o PIB do país. Essa conquista posiciona a Índia entre as cinco principais bioeconomias globais, de acordo com um relatório recente apresentado na Cúpula Global de Bio-Índia 2024.
Esse crescimento notável foi impulsionado significativamente pela Política BioE3 (Biotecnologia para a Economia, Meio Ambiente e Emprego), que foca em produtos químicos biológicos, bioterapias de precisão, agricultura resiliente ao clima e pesquisa avançada em tecnologias marinhas e espaciais. A política também destaca o uso de inteligência artificial na biomanufatura e planeja criar polos dedicados a esse setor emergente.
Além do impacto econômico, essas iniciativas estão abertas a criar novas oportunidades de emprego, especialmente em cidades de segunda e terceira categoria, contribuindo para a integração mais abrangente da biotecnologia em diversos setores industriais.
No coração da bioeconomia indiana está o setor bioindustrial, que sozinho representa US$ 72,6 bilhões ou 48,09% do mercado total. Este segmento inclui biocombustíveis, bioplásticos e aplicações enzimáticas em indústrias como têxteis e detergentes. Destaca-se a produção de etanol, que fez da Índia o terceiro maior produtor mundial, com uma capacidade de produção de 13,8 bilhões de litros em 2023. Esse avanço é um pilar central do programa de gasolina com etanol, reduzindo a dependência do país em relação aos combustíveis importados e melhorando a segurança energética.
O setor biopharma também se destacou, contribuindo com US$ 53,8 bilhões ou 35,65% para a bioeconomia. A fabricação de vacinas na Índia permanece como líder mundial, com empresas como o Serum Institute of India produzindo mais de 3 bilhões de doses por ano. Avanços significativos, como a vacina contra a malária R21/Matrix-M e a primeira vacina quadrivalente contra o HPV da Índia, reforçam sua capacidade nessa área.
No campo da bioagricultura, a biotecnologia agrícola continua a promover inovações em práticas de cultivo sustentável. Tecnologias de agricultura de precisão, como culturas geneticamente modificadas e produtos biológicos, estão sendo adotadas em larga escala para aumentar a produtividade agrícola. O algodão Bt, por exemplo, ilustra como a biotecnologia está aumentando a resiliência e a produtividade das culturas, contribuindo para o crescimento sustentável da agricultura na Índia.
O setor de biosserviços, avaliado em US$ 12,1 bilhões (8,02%), surgiu como um suporte crucial para a bioeconomia, fornecendo pesquisa contratual, ensaios clínicos e serviços de software em biotecnologia. Este segmento cresceu 30% em 2023, refletindo o papel crescente da Índia como um centro global de pesquisa e desenvolvimento, com expectativas de crescimento contínuo, motivado pela crescente demanda por pesquisa terceirizada e serviços especializados de biosserviços.
O futuro da bioeconomia na Índia parece promissor, com expectativas de expansão contínua robusta, almejando uma avaliação de US$ 300 bilhões até 2030. Esse crescimento será impulsionado por avanços em setores como bioindustrial, biopharma e bioagriculture, além de políticas governamentais estratégicas, como a iniciativa BioE3. Estas projeções indicam que a bioeconomia deve sustentar mais de 35.000 startups e gerar cerca de 35 milhões de empregos até o final da década, sublinhando seu potencial como um impulsionador chave do desenvolvimento sustentável e crescimento econômico da Índia.