Em um gesto significativo para o desenvolvimento sustentável da bioeconomia na Amazônia, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a Embrapa Amapá uniram forças para fortalecer a cadeia produtiva do açaí e do camarão no Amapá. Este contexto de inovação tecnológica e valorização de recursos naturais visa consolidar práticas economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis nas comunidades ribeirinhas da região.
Durante a 53ª Expofeira Agropecuária do Amapá, as duas instituições assinaram um Termo de Execução Descentralizada (TED) no valor de R$ 970 mil, simbolizando um novo horizonte de avanço socioeconômico para as comunidades locais. Os recursos destinados ao projeto prometem alavancar as iniciativas de pesquisa e ações de transferência de tecnologias voltadas à produção segura de açaí e ao cultivo sustentável de camarão, protegendo ao mesmo tempo o rico ecossistema do Estuário Amazônico, que abrange porções do Amapá e do Pará.
No campo do açaí, o convênio entre Sudam e Embrapa visa criar uma matriz sólida de qualificação por meio de cursos de formação para 40 agentes multiplicadores, incluindo extensionistas rurais e técnicos de cooperativas. Além disso, o estabelecimento de Unidades de Referência Tecnológica (URTs) destaca a seriedade com que o projeto busca impacto e continuidade, proporcionando capacitação abrangente sobre o processo produtivo e boas práticas de fabricação.
Um dos pontos altos do projeto de açaí é a distribuição de kits especializados para a produção de açaí de qualidade, que complementam treinamentos em manipulação de alimentos e controle de qualidade, culminando na criação de um protocolo de boas práticas para a bebida fermentada de açaí. Esta iniciativa busca não apenas a melhoria produtiva, mas também o fortalecimento da segurança alimentar e da economia local.
Paralelamente, o projeto de camarão, com foco na sustentação dos estoques naturais e no manejo responsável, visa a identificação e controle de agentes patológicos que afetam o camarão-da-Amazônia. A elaboração de mapas de risco e a realização de workshops são estratégias adotadas para enriquecer o conhecimento das comunidades de Mazagão e Afuá sobre os riscos e soluções associadas ao cultivo deste importante recurso.
A transmissão de conhecimento técnico não se limita aos aspectos de produção. A meta é que até 60 agentes multiplicadores nas áreas beneficiadas adquiram competências em práticas de manejo sustentáveis e difusão de tecnologias, fortalecendo a resiliência das comunidades contra flutuações ambientais e de mercado.
Este esforço conjunto entre Sudam e Embrapa reflete um movimento estratégico para garantir que as comunidades extrativistas do Amapá estejam bem posicionadas para aproveitar as oportunidades oferecidas pela bioeconomia, garantindo ao mesmo tempo a preservação de seus recursos naturais.