Crescimento regional da bioeconomia impulsiona inovação e emprego no Reino Unido

A bioeconomia no Reino Unido vem ganhando destaque regionalmente, com os Midlands, o Sul da Inglaterra e o País de Gales emergindo como importantes centros de pesquisa e inovação na área. Essas iniciativas regionais não apenas promovem o desenvolvimento sustentável, mas também geram empregos, ampliando o impacto econômico positivo da bioeconomia.

West Midlands é um exemplo notável de hub emergente em pesquisa e comercialização baseadas em biotecnologia. Desde 2019, uma parceria entre cinco universidades – Warwick, Birmingham, Leicester, Aston e Harper Adams – foi financiada com mais de £20 milhões para bolsas de pesquisa. Este esforço, que se estenderá por cinco anos, visa formar 245 doutorandos, com 59 novos alunos por ano. Birmingham City University, por sua vez, tem um grupo de pesquisa em bioeconomia em operação desde 2010, focando nos aspectos comerciais das tecnologias baseadas em biomateriais e produtos químicos.

Além da pesquisa, a West Midlands Combined Authority está ativa na promoção de soluções circulares e biobaseadas nas cadeias de suprimentos regionais. Em 2021, foi publicada uma Circular Economy Roadmap que detalha como uma economia circular biobaseada pode ajudar a região a alcançar emissões de carbono zero até 2041. A roadmap destaca os setores de manufatura, construção e alimentos como áreas-chave para a redução de carbono e resíduos, propondo a criação de uma rede de trocas de materiais entre empresas para otimizar o uso de feedstocks sustentáveis.

No East Midlands, a bioeconomia é majoritariamente impulsionada pela produção agrícola. A região apresenta um dos maiores valores agregados brutos do Reino Unido no setor de bioeconomia. Universidades como Nottingham e Loughborough são pilares da inovação biobaseada, coordenando o projeto East Midlands Zero Carbon Cluster. Em 2023, esse projeto recebeu £150 milhões em investimentos para traduzir pesquisas em tecnologias verdes utilizáveis, promovendo a criação de novos postos de trabalho através de sete projetos regionais planejados.

No leste da Inglaterra, abrangendo Norfolk, Suffolk e áreas próximas, a bioeconomia está intimamente ligada à regeneração de habitats naturais e biodiversidade. Projetos voltados para a reidratação de turfeiras visam reduzir as emissões e reviver a biodiversidade local. Além disso, institutos de pesquisa como o Earlham Institute e o John Innes Centre são centros de inovação em agritech e ciências das plantas. Na Universidade de Cambridge, startups como Xampla estão desenvolvendo substitutos de plástico a partir de plantas, enquanto o Centre for Natural Material Innovation explora o uso de fibras naturais na construção civil.

Embora o País de Gales ainda não tenha adotado amplamente a bioeconomia como solução política principal, o setor já emprega mais de 11.000 pessoas em 365 empresas. Startups como Agxio, que utiliza IA para análise de dados em biotecnologia e agricultura, e Copner Biotech, que oferece tecnologias para cultivo celular 3D, são exemplos do crescimento deste setor no País de Gales.

No sul da Inglaterra, regiões urbanas como Bristol, Bath, Exeter e Plymouth lideram no emprego ligado à bioeconomia. Empresas como Kelpi e Mykor, focadas em embalagens e construção a partir de fontes biológicas, estão em crescimento. A Universidade de Bath é parte de um projeto internacional, Horizon Europe’s ‘Inbuilt’, que desenvolve materiais biobaseados para a construção civil.

Por fim, no sudeste da Inglaterra, onde a capital Londres e seus arredores recebem grande parte dos investimentos em setores tecnológicos, destacam-se startups como Notpla, Biophilica e Arda Biomaterials, todas desenvolvendo soluções biobaseadas para substituir plásticos e outros materiais sintéticos.

A despeito dos avanços regionais, especialistas argumentam que uma estratégia nacional é essencial para maximizar o potencial da bioeconomia no Reino Unido. Apesar do forte apoio regional, a ausência de um plano nacional coloca o Reino Unido atrás de players maiores como EUA, Brasil e China. Um caminho de políticas reformuladas é necessário para conectar rigorosamente as indústrias biobaseadas às metas ambientais.


Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/the-uk-bioeconomy-by-region-part-ii-the-midlands-the-south-of-england-and-wales/

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