Sistemas agrícolas sustentáveis representam oportunidade de sequestro de carbono para o Brasil.

Sistemas Agrícolas Sustentáveis: A Chave para o Sequestro de Carbono e o Futuro da Agricultura Brasileira

A necessidade de práticas agrícolas mais sustentáveis nunca foi tão premente no Brasil, um país reconhecido por seu vasto território e diversidade de biomas, conforme ressalta recente artigo publicado por pesquisadores do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI). O estudo discorre sobre o potencial do sequestro de carbono no solo através da adoção de técnicas sustentáveis no setor agrícola, contribuindo para a meta nacional de redução de emissões conforme estabelecido no Acordo de Paris.

Conduzido por especialistas sediados na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Shell, o RCGI avança em pesquisas que visam atenuar a mudança climática. Mais de 600 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil originam-se de atividades agrícolas não sustentáveis, sublinhando a necessidade urgente de transição para práticas mais verdes.

Os autores do artigo, publicado na revista Green and Low-Carbon Economy, destacam o movimento em direção a sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta para promover o sequestro de CO2. Essa abordagem multifacetada, que inclui plantio direto, uso de resíduos orgânicos e controle biológico de pragas, entre outras técnicas, pode não só aumentar a capacidade de sequestro de carbono no solo, mas também gerar créditos de carbono – uma fonte de receita adicional para os produtores.

A saúde do solo figura como um protagonista essencial neste cenário, por sua capacidade de aumentar a resiliência e produtividade dos sistemas agrícolas. Em um contexto de crise climática iminente, tal resiliência é crucial para diminuir a vulnerabilidade a mudanças ambientais adversas.

Entre os avanços tecnológicos incorporados nas pesquisas do RCGI está o uso de satélites e dos equipamentos do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), com o intento de aprofundar o conhecimento dos solos nacionais. Tal abordagem de alta tecnologia evidencia o potencial do Brasil em liderar uma transformação significativa, tanto na agricultura quanto no enfrentamento das alterações climáticas.

O artigo também enfatiza a importância de um quadro regulatório governamental eficaz para estimular essa mudança, sugerindo mecanismos como pagamentos por serviços ambientais e financiamento verde como propulsoras de uma agricultura mais sustentável e circular.

Concluindo, os pesquisadores do RCGI, incluindo a primeira autora Danielle Mendes Thame Denny, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, reforçam a visão de que práticas agrícolas sustentáveis são fundamentais para transformar a bioeconomia circular em um propulsor para o Brasil assumir um papel de potência agroambiental global.

Ao mesmo tempo que avanços em bioeconomia circulam, nossa audiência especializada reconhece a importância de estar na vanguarda das práticas sustentáveis e do comprometimento com ESG (Environmental, Social, and Governance). Técnicas sustentáveis como as destacadas e desenvolvidas pelo RCGI são o futuro para um setor agrícola resiliente e produtivo, capaz de contribuir positivamente para as metas de emissão do país e posicionando-o como líder no cenário agroambiental internacional.


Fonte: https://agroinsight.com.br/sistemas-agricolas-sustentaveis-representam-oportunidade-de-sequestro-de-carbono-para-o-brasil/

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