A integridade dos ecossistemas não florestais da Amazônia sofre um decréscimo alarmante, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). De acordo com o instituto, essas áreas, que incluem campos alagados, lavrados, pântanos, e outros hábitats não arbóreos, representam 6,6% do total do bioma, somando 280 mil km², uma dimensão superior à do Pantanal em uma vez e meia. No entanto, um novo estudo revela que já foi perdida uma parcela correspondente a 10,7% dessa cobertura original.
O INPE monitora agora a totalidade do território brasileiro e seus relatórios expõem que, das 280 mil km² originais, 29.812,13 km² foram devastados, uma área equivalente ao território da Bélgica. Essa fatia substancial de perda de habitats não florestais alarmou os especialistas, considerando que tais ecossistemas abrigam espécies endêmicas e desempenham papel ecológico crucial.
A perspectiva torna-se mais sombria ao se observar que o estado do Mato Grosso, historicamente, lidera o ranking de destruição desses ambientes, sendo responsável por 42,7% do total devastado. No entanto, um novo protagonista surgiu recentemente: o estado de Roraima, impulsionado pelo avanço agrícola nos lavrados, agora ocupa o topo da lista de desmatamento nessa categoria específica.
Além dessa análise pormenorizada, dados consolidados do Programa de Monitoramento do Desmatamento (PRODES) também foram anunciados, apresentando um panorama geral da situação dos biomas brasileiros. A Amazônia, especificamente, teve uma taxa de desmatamento de 9.064 km² no período de agosto de 2022 a julho de 2023, mostrando uma redução de 21,8% em relação ao ano precedente. Dichotomicamente, foi detectada uma queda ainda mais acentuada nos municípios considerados prioritários na luta contra o desmatamento, totalizando uma redução de 42%.
No Pantanal, observou-se um decréscimo de 9,2% na taxa de desflorestamento em 2023, comparado ao ano anterior. Já para o Cerrado, houve um aumento de 3% na taxa de desmatamento, conforme dados publicados anteriormente. Esses números, ainda que revelem uma faceta positiva em termos de declínio do desmatamento em certas áreas, salientam a necessidade imperativa de atenção e ações conservacionistas para ambas formações florestais e não florestais das inestimáveis riquezas ecológicas brasileiras.