Amazonas enfrenta segundo ano mais crítico de queimadas e fortalece ações de combate

O estado do Amazonas encerrou o ano de 2023 imerso em uma profunda crise ambiental, figurando como o segundo ano com as piores queimadas desde 1998, ano em que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a monitorar os focos de calor. De acordo com o levantamento, até novembro foram registrados 19.580 focos de queimadas, números que colocam o recente ciclo anual somente atrás do ano de 2022, que teve um registro alarmante de 21 mil focos.

Em resposta a essa crise, o Governo do Amazonas destacou suas ações desde março deste ano, centradas no combate e fiscalização dos incêndios, principalmente nos municípios ao sul do estado e na Região Metropolitana da capital. Essas ações incluem a Operação Tamoiotatá, Operações Aceiro e Céu Limpo, além de esforços do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) que, de 12 de julho a 23 de novembro, combateram 2.894 incêndios, sendo 811 na capital e o restante no interior. Para fortalecer o combate às queimadas, o estado investiu R$1,1 milhão para remunerar a atuação de 153 brigadistas em nove municípios, em colaboração com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Além disso, contou com o reforço de 289 brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).

A dimensão do problema ganha contornos ainda mais graves quando consideramos que a seca dos rios concorreu com a crise das queimadas, colocando todos os municípios do estado em situação de emergência, afetando mais de 600 mil pessoas. A capital, Manaus, vivenciou a pior vazante do Rio Negro em mais de 120 anos, fator que comprometeu o escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus e impactou diretamente na qualidade de vida de comunidades rurais.

O grande número de incêndios, que somente entre agosto e outubro ultrapassou 16 mil focos, levou a situações em que a fumaça resultante das queimadas cobriu Manaus e outras localidades, piorando significativamente a qualidade do ar nas áreas atingidas. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apontou a agropecuária na região metropolitana como causa das queimadas mais intensas ocorridas em outubro, mês recordista nos últimos 25 anos com quase 4 mil focos. Porém, houve um registro posterior que ligou parte da fumaça à queimadas no estado do Pará, apesar do governo local ter indicado que as partículas prejudiciais não dispersavam eficientemente, exacerbadas pelo fenômeno climático El Niño.

Diante do cenário desafiador, o governo do Amazonas apresentou também soluções futuras. Foi destacado o lançamento do programa Amazonas 2030 durante a 28ª Conferência das Partes (COP 28), com compromissos importantes para a redução do desmatamento e das queimadas ilegais, almejando metas de diminuição das emissões oriundas da degradação florestal. O governo enfatizou que, ao longo dos últimos cinco anos, foram investidos mais de R$ 1,2 bilhão em ações voltadas para a sustentabilidade, acompanhando as diretrizes estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).


Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/12/24/amazonas-fecha-2023-com-quase-20-mil-queimadas-o-segundo-pior-ano-desde-1998.ghtml

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