Em um momento significativo para as políticas ambientais e econômicas, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Emmanuel Macron, lançaram um amplo programa de bioeconomia, mirando a Amazônia brasileira e guianense. O anúncio foi feito durante um encontro na capital paraense, Belém, onde os líderes reafirmaram seu compromisso ambiental através dos documentos ‘Chamado Brasil-França à ambição climática de Paris a Belém e além’ e ‘Plano de Ação sobre a Bioeconomia e a Proteção das Florestas Tropicais’.
A iniciativa ambiciosa visa a injeção de 1 bilhão de euros em investimentos, buscando fortalecer o desenvolvimento sustentável na região amazônica nos próximos quatro anos. O plano engloba uma parceria entre instituições financeiras, como o Banco da Amazônia (BASA), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Agência Francesa de Desenvolvimento, reforçando a cooperação técnica e financeira entre essas nações.
O programa destaca também um novo acordo científico entre a França e o Brasil, envolvendo organizações como o CIRAD e a Embrapa. Este acordo busca impulsionar a pesquisa em setores sustentáveis, não só na Amazônia brasileira, mas também na Guiana Francesa, evidenciando um esforço conjunto em prol da inovação na bioeconomia.
Os presidentes discutiram a criação de um hub de pesquisa, investimento e compartilhamento de tecnologias vitais para a bioeconomia. Isso poderá se apoiar no fortalecimento do Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica (CFBBA) e na conexão de redes universitárias francesas e brasileiras, ampliando as fronteiras do conhecimento e inovação.
Focando na premissa de desenvolvimento sustentável, Lula e Macron também reiteraram o compromisso para a COP29, com a meta de estabelecer financiamento anual a partir de US$ 100 bilhões, considerando as necessidades e prioridades dos países em desenvolvimento.
Como um exemplo prático da bioeconomia em ação, a visita à Ilha do Combu destacou a produção sustentável de cacau e chocolate da Filha do Combu, um negócio local que gera emprego para 14 pessoas. Esta abordagem sustentável serve como modelo para pequenas iniciativas que podem ser expandidas sob o novo programa de investimentos.
Os dois presidentes encerraram o encontro na Amazônia com uma declaração de intenções grandiosa, simbolizada pela condecoração do líder indígena Raoni com a mais alta honraria francesa, a Legião de Honra, reconhecendo a importância da sabedoria indígena e da proteção ambiental. A visita culminou em uma demonstração do potencial de uma parceria internacional focada no desenvolvimento sustentável e na conservação ambiental.
A agenda dos chefes de Estado avança para outras capitais brasileiras, sublinhando a relevância da cooperação franco-brasileira em temas climáticos e ambientais, além de salientar a bioeconomia como um eixo crucial para o progresso compartilhado.
