O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Governo da Noruega formalizaram uma nova doação para o Fundo Amazônia, no valor de US$ 50 milhões, aproximadamente R$ 273 milhões. O anúncio foi feito durante o Fórum de Florestas Tropicais de Oslo (Oslo Tropical Forest Forum – OTFF), destacando mais uma vez o compromisso da Noruega com a preservação da Amazônia.
Desde o primeiro acordo de doação em 2009, a Noruega permanece como o maior doador do Fundo Amazônia, com contribuições que ultrapassam R$ 3 bilhões. Este novo aporte reforça a parceria histórica entre os dois países e serve como um exemplo a ser seguido por novos potenciais doadores, conforme destacou Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES, durante sua palestra no OTFF.
Esta nova doação, compromissada na última Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) em Dubai no ano passado, também foi enaltecida pelo embaixador da Noruega em Brasília, Odd Magne Ruud. Ele elogiou os esforços do presidente Lula para zerar o desmatamento e reconheceu a competência da equipe responsável pela administração do Fundo Amazônia, que desde sua reativação tem aprovado projetos de alta qualidade.
O Fundo Amazônia é administrado pelo BNDES em coordenação com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A recriação da estrutura de governança, um dos primeiros atos do atual governo brasileiro em 2023, permitiu a diversificação de parceiros globais e a contratação de novas e expressivas doações. Além da Noruega, o Japão também passou a integrar o quadro de doadores, sendo o primeiro país asiático a apoiar a iniciativa.
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campelo, destacou que a atuação combativa do governo Lula contra o desmatamento tem conseguido resultados positivos ao longo dos anos. Esta performance conferiu ao Brasil a autoridade e respeito necessários para gerir o Fundo Amazônia, que é o maior do mundo dedicado à Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal.
As doações ao Fundo Amazônia são cruciais para apoiar ações não reembolsáveis de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, além da conservação e uso sustentável da Amazônia Legal. Aproximadamente 20% dos recursos podem ser direcionados ao desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas brasileiros e países tropicais.
Desde sua criação em 2008, o Fundo já apoiou 111 projetos com um investimento total de R$ 2,1 bilhões. Essas iniciativas beneficiaram cerca de 239 mil pessoas através de atividades produtivas sustentáveis, gerando uma receita de R$ 317 milhões com a comercialização de produtos. Além disso, 101 terras indígenas e 196 unidades de conservação (UCs) na Amazônia receberam apoio, resultando em mais de 74 milhões de hectares protegidos e gestão fortalecida.
Outros números expressivos incluem cerca de 1,1 milhão de imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e mais de 75 milhões de hectares de área de floresta com manejo sustentável. Quase 1.900 missões de fiscalização ambiental foram realizadas, beneficiando diretamente mais de 61 mil indígenas. O Fundo também apoiou a produção de 613 publicações científicas ou informativas e envolveu mais de 2.000 pesquisadores e técnicos em atividades de ciência, tecnologia e inovação.
O aporte recente ratifica a importância do Fundo Amazônia no cenário global para a preservação ambiental, reafirmando que a colaboração internacional é essencial para o combate ao desmatamento e a promoção de práticas sustentáveis na Amazônia Legal.