A *USP Pensa Brasil* está promovendo uma intensa reflexão sobre a *justiça climática*, *educação ambiental* e *bioeconomia* durante seu terceiro dia de programação, em 14 de agosto de 2024. Este evento é parte de uma série que ocorre ao longo de uma semana no *Espaço Brasiliana*, sob o tema “COP 30: Desafios para o Brasil”. As atividades, realizadas em parceria com as Pró-Reitorias de Graduação e Pós-Graduação da USP, buscam explorar como as universidades podem colaborar com setores públicos, privados e o terceiro setor para enfrentar injustiças socioambientais e promover o desenvolvimento sustentável em territórios vulneráveis.
No Auditório István Jancsó e na Livraria João Alexandre Barbosa, a primeira mesa, intitulada Mudanças Climáticas e Justiça Ambiental, contou com a participação de especialistas como *Patrícia Iglecias*, superintendente de Gestão Ambiental da USP, e *Carlos Nobre*, renomado pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Junto a eles, *Junior Aleixo*, do Centro Brasileiro de Justiça Climática, e *Rodrigo Gravina Junqueira*, do Instituto Socioambiental, proporcionaram um debate profundo sobre as desigualdades sociais exacerbadas por fatores ambientais e climáticos. A mesa foi mediada por *Denise de La Corte Bacci*, professora do Instituto de Geociências da USP. O encontro não apenas abordou os desafios, mas também discutiu como a academia pode contribuir com soluções inovadoras e sustentáveis.
O diálogo avançou para uma discussão crítica sobre a bioeconomia com a apresentação do livro “Bioeconomia para quem? Bases para um desenvolvimento sustentável na Amazônia”, às 18h30. Escrita por mais de trinta acadêmicos, a obra foi apresentada pelo ex-reitor da USP, *Jacques Marcovitch*, e pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, *Adalberto Val*. O livro, organizado em ensaios que exploram as diversas dimensões da bioeconomia na Amazônia, questiona os verdadeiros beneficiários desse modelo econômico e propõe uma análise aprofundada sobre quem realmente se aproveita do desenvolvimento sustentável na região.
O seminário Bioeconomia e Sustentabilidade deu continuidade aos debates sobre o papel da bioeconomia enquanto ferramenta de desenvolvimento inclusivo e sustentável. Participantes como *Carina Pimenta*, secretária nacional de Bioeconomia, *Mary Helena Allegretti*, presidente do Instituto de Estudos Amazônicos, e *Txai Suruí*, ativista indígena, destacaram a importância de políticas inclusivas. *Herton Escobar*, repórter especializado em Ciência e Meio Ambiente, moderou essa sessão, trazendo à luz experiências práticas e políticas de inclusão que aliam sustentabilidade com Justiça social, especialmente para comunidades locais.
Além das discussões, a exibição do documentário “O Espírito da TV” abriu a programação do dia. O filme retrata a reação do grupo indígena Waiãpi ao contato com a televisão, um projeto originado em 1973 em resposta à construção de uma rodovia no Amapá. Essa narrativa capta os múltiplos encontros culturais e sublinha a resistência das comunidades indígenas em preservar sua cultura e identidade em meio às influências externas.
*USP Pensa Brasil*, em sua terceira edição, reafirma seu papel como uma plataforma crucial de discussão e análise das questões prementes do país. Com atividades gratuitas e abertas ao público, a iniciativa da vice-reitoria da USP busca não apenas educar e inspirar, mas também engajar todos os interessados em temáticas tão relevantes. A programação completa está disponível no site do evento, permitindo que qualquer pessoa interessada possa participar virtualmente desse rico intercâmbio de ideias.