Iniciativa Amazônia+10 anuncia 22 projetos de pesquisa

A Iniciativa Amazônia+10 anunciou os resultados finais da chamada Expedições Científicas, revelando 22 projetos aprovados com o propósito de expandir o conhecimento sobre a vasta sociobiodiversidade da região amazônica. Com um investimento total de R$ 76 milhões, a iniciativa envolve o financiamento de entidades como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), “Fundações de Amparo à Pesquisa” (FAPs) e parceiros internacionais, incluindo o UK Research and Innovation (UKRI) do Reino Unido e a Swiss National Science Foundation (SNSF) da Suíça.

A diretora do CNPq, Dalila Andrade Oliveira, destacou o sucesso da chamada, que atraiu um número significativo de propostas de alta qualidade, marcando uma colaboração notável entre agentes nacionais e internacionais. Os projetos visam preencher lacunas identificadas na geografia e taxonomia amazônicas, além de expandir a compreensão das social diversidades dos povos tradicionais da região.

Essas expedições se concentrarão em mais de 60 localidades até então pouco exploradas pela comunidade científica, entre elas, áreas indígenas e reservas extrativistas. O edital buscou alavancar o potencial de pesquisa por meio de parcerias entre cientistas e organizações que compõem as nove FAPs do território da Amazônia Legal e outras agências estrangeiras. Marcel Botelho, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa), enfatizou que esses estudos têm o potencial de revelar segredos ocultos da floresta, promovendo sua preservação e desenvolvimento sustentável.

A chamada, que recebeu 191 propostas, sinaliza um salto significativo comparado ao edital de 2022. Os 22 projetos aprovados contemplam uma ampla gama de áreas de estudo que vão desde ciências biológicas e exatas até ciências humanas e sociais aplicadas. Essa diversidade reflete o compromisso do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) em fomentar a ciência na Amazônia de maneira colaborativa e interinstitucional.

A seleção considerou o mérito científico avaliado por painéis formados por especialistas de várias disciplinas. A expectativa é que os projetos gerem descobertas inovadoras e soluções para os desafios amazônicos, como expressou Odir Dellagostin, presidente do Confap. Após a avaliação, as FAPs coordenadoras já iniciaram contatos diretos com os grupos de pesquisa selecionados para dar andamento às próximas etapas da implementação.

Os projetos serão financiados por até 36 meses, oferecendo suporte a estudos fundamentais sobre a biodiversidade e seus componentes culturais. Em termos de legado, a iniciativa busca consolidar novos padrões para cooperação científica e reforçar a infraestrutura de pesquisa na região.

Essa iniciativa é um passo significativo na promoção de um modelo de desenvolvimento que valoriza tanto o conhecimento científico quanto os saberes ancestrais, com vista à consolidação de uma agenda de pesquisa sustentável para a Amazônia, como apontou Carlos Américo Pacheco, presidente da FAPESP.

Fonte: Iniciativa Amazônia+10 divulga resultado final da chamada Expedições Científicas

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