Empreendedorismo no agronegócio floresce com crescimento de agtechs no Brasil

O Radar Agtech Brasil 2023 revelou um cenário otimista para o empreendedorismo de ponta no agronegócio, com um expressivo crescimento anual de 14,7% no número de agtechs, totalizando 1.953 startups, segundo levantamento realizado pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens Research and Consulting. Essas empresas têm mostrado maturidade, com 77% integrando ecossistemas de inovação locais e muitas fazendo parte da comunidade AgTech Garage.

A representatividade geográfica das agtechs é liderada pela região Sudeste com 56,9%, seguida pelo Sul com 26%, e um destaque surpreendente para a região Norte que apresentou um salto de 300% em representatividade. São Paulo mantém a liderança entre os estados, concentrando 43,2% das agtechs.

Em termos de áreas de atuação, o estudo categorizou as startups entre atuantes ‘antes da fazenda’, ‘dentro da fazenda’ e ‘depois da fazenda’, sendo que a maioria situa-se dentro da fazenda com 41,73%. Destacam-se os crescimentos em categorias como crédito e seguros, fertilizantes e soluções para nutrição vegetal, bem como análises laboratoriais.

O panorama dos modelos de negócios adotados pelas agtechs se diversifica entre B2B, B2C e B2B2C, predominando o modelo B2B com 75%. No que se refere a financiamento, a maioria das startups pesquisa com capital de origem privada, normalmente oriundo dos próprios fundadores ou de suas redes de contato. Cerca de metade das empresas não recorre a financiamento público, contudo, aquelas que recorrem, buscam por editais específicos para o agro ou recursos não reembolsáveis de pesquisa.

A distribuição de gênero nas agtechs ainda apresenta uma predominância masculina, com 76,9% de sócios homens. Entre os colaboradores, essa predominância é menor, sendo 61,8% de homens. No tocante à diversidade, a pesquisa levantou questões sobre a inclusão de pessoas LGTBQIA+, pretas, indígenas, deficientes, neurodiversas, estrangeiras, refugiadas, trans e maiores de 50 anos. Uma parcela significativa das startups afirmou ter diversidade em seu quadro de colaboradores.

Olhando para o futuro, as agtechs sinalizam uma tendência de maior uso de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e internet das coisas. Por outro lado, as maiores dificuldades citadas incluem o acesso a capital, principalmente nas fases iniciais, e a contratação de profissionais especializados para corresponder às demandas tecnológicas do setor.


Fonte: https://www.agtechgarage.news/radar-agtech-brasil-2023-identifica-1-953-agtechs-crescimento-anual-de-147/

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