O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lançou recentemente a Plataforma de Acompanhamento da Recuperação Ambiental, conhecida como Recooperar, em um evento que destacou seu potencial transformador para a gestão de áreas degradadas no Brasil. Criada com o intuito de melhorar a eficiência e a transparência no monitoramento de regiões afetadas por desastres ambientais, a plataforma representa um avanço significativo nas práticas de recuperação ambiental do país.
Desenvolvida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) do Ibama, a Recooperar surge como uma ferramenta digital inovadora que centraliza informações detalhadas sobre áreas ecológicas danificadas, permitindo um acompanhamento mais abrangente e preciso. Esta plataforma não apenas identifica locais que necessitam de recuperação, mas também fornece dados cruciais relacionados a biomas, unidades de conservação, terrras indígenas e territórios quilombolas, assegurando que as ações de restauração possam ser bem direcionadas.
A nova abordagem do Ibama sinaliza uma ruptura com o modelo tradicional de gestão ambiental, ao integrar diferentes níveis de governança e incentivar a participação ativa de órgãos municipais e estaduais, além de organizações não-governamentais. Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, frisou a importância da colaboração entre todos os segmentos da sociedade para alcançar resultados significativos na recuperação de ecossistemas. Ele afirmou que a plataforma é uma ferramenta que deve ser utilizada por todos, possibilitando uma ampla visão dos esforços de restauração e facilitando o controle social sobre a execução destes.
O evento de lançamento contou com a presença de diversas autoridades do setor ambiental, incluindo Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Ela destacou que a Recooperar tem um papel estratégico no planejamento de ações de recuperação ambiental, não apenas para o Ibama, mas também para outras entidades como a Funai e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Essa integração é vital para maximizar os esforços de conservação e remediação ambiental no âmbito nacional.
Um dos destaques da Plataforma Recooperar é a sua capacidade de promover a transparência ativa, ao possibilitar que qualquer cidadão acesse informações sobre o estado das áreas degradadas e as iniciativas de restauração em desenvolvimento. Este recurso fortalecerá a comunicação entre as instituições ambientais, facilitando a troca de dados e o acompanhamento contínuo das situações no campo.
Outro aspecto relevante da iniciativa é que ela se alinha com políticas internacionais de conservação. A Recooperar utiliza a Plataforma de Análise e Monitoramento Geoespacial da Informação Ambiental (Pamgia) para disponibilizar ao público um painel dinâmico com atualizações sobre o progresso da recuperação ambiental. Essa abordagem garante que os esforços de recuperação sejam visíveis e auditáveis, aumentando a responsabilidade dos atores envolvidos.
Marcelo Marcelino, vice-presidente do ICMBio, e Fabíola Marono Zerbini, diretora do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, também participaram das discussões, reforçando a sinergia entre diferentes instituições na busca por soluções eficazes para desafios ambientais complexos.
O lançamento da Recooperar marca um passo importante na atuação do Ibama e solidifica o compromisso do instituto com a regeneração de ecossistemas nacionais. Enquanto vigilância e intervenção se tornam mais interconectadas, acredita-se que a plataforma poderá desempenhar um papel crucial na mitigação dos impactos de práticas ilegais de desmatamento, incêndios florestais e outras formas de degradação ambiental, mostrando como as inovações tecnológicas podem servir como aliadas poderosas na proteção do meio ambiente.