G20 impelido a unificar esforços em bioeconomia visando sustentabilidade e conservação

Em um movimento que ressoa com a urgência de práticas mais sustentáveis e a conservação da biodiversidade, países do G20 são conclamados a intensificar seus esforços de harmonização na navegação da ampla e diversificada frente da bioeconomia. Com a iniciativa liderada pelo governo brasileiro e orquestrada em fevereiro deste ano, o apelo ecoa a necessidade de integração de princípios e práticas em diferentes contextos nacionais, conforme revelado em um estudo recente.

A NatureFinance juntamente com a Fundação Getulio Vargas (FGV), entidades não lucrativas de renome, conduziram um levantamento preliminar, galvanizando assim a Iniciativa de Bioeconomia do G20, com o endosso de outras 19 organizações. A meta transcende a elaboração de definições acadêmicas para a bioeconomia, visando antes acelerar investimentos e desenvolver modelos que posicionem o equilíbrio ecológico e a equidade no epicentro do crescimento sustentável.

O estudo aponta para uma sintonia entre os membros do G20 em objetivos como pesquisa, desenvolvimento e inovação em biotecnologias, uso sustentável da biodiversidade e o fomento mais abrangente ao desenvolvimento sustentável. Apesar deste alinhamento, há um manifesto desafio na convergência de abordagens nacionais, onde diferentes prioridades e estratégias refletem a singularidade de cada país.

O diálogo entre nações, portanto, surge como instrumento chave para a construção de um arcabouço comum que reforce a comparabilidade, complementaridade e, em certos casos, a convergência de estratégias, ampliando o aprendizado integrado e a cooperação mutuamente benéfica.

Sublinhando a pertinência econômica e ambiental, o estudo destaca a bioeconomia como uma interação bidirecional entre natureza e sociedade, com potencial de fomentar uma economia global dependente da biodiversidade. A magnitude financeira do setor reflete sua centralidade: estima-se que o valor global da bioeconomia gire em torno de $4 trilhões, podendo expandir para até $30 trilhões até 2050, segundo o Fórum Mundial de Bioeconomia. Enquanto a China projeta uma bioeconomia de $3.3 trilhões até 2025, a Índia relata taxas de crescimento de dois dígitos nos últimos anos.

No plano internacional, medidas concretas começam a tomar forma, como evidenciado pelo plano franco-brasileiro de €1 bilhão destinado a impulsionar a bioeconomia na Amazônia. Este é um indício da magnitude de investimentos que estão sendo direcionados para promover a sustentabilidade através do prudente gerenciamento das interações entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.

A iniciativa do G20 é prevista para culminar na adoção dos princípios de bioeconomia como parte integral da Declaração do Rio, com a expectativa de que as diretrizes elevem os padrões e sincronizem o influxo de ações bioeconomicamente responsáveis até o término da presidência brasileira, em novembro.


Fonte: https://carbon-pulse.com/284527/

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