Fundo bilionário avança visando a preservação de florestas tropicais

A mobilização em prol da conservação das florestas tropicais adquire contornos financeiros significativos com a proposição de um fundo bilionário para a proteção desses ecossistemas vitais. Conforme as informações do governo, há um avanço concreto na estruturação desse fundo que promete injetar recursos dos fundos soberanos de países desenvolvidos na manutenção da cobertura florestal de nações tropicais.

Apresentada inicialmente na COP28, a iniciativa ganha corpo com a consultoria de Kenneth Lay, ex-treasurer do Banco Mundial e agora atuante na RockCreek, delineando o escopo de atuação do fundo. Incentivos econômicos para a preservação e a restauração do verde se concretizarão por pagamentos aos países que comprovarem, via imagens de satélite, a redução do desmatamento.

O Brasil, líder do G20 e da COP30, mostra-se proativo neste palco global, defendendo a criação deste mecanismo com o apoio de agentes estratégicos. João Paulo de Resende, assessor especial do Ministério da Fazenda, revela que o fundo já está 30% projetado e obrigações como acordos com futuros países beneficiários e investidores permanecem em aberto. No entanto, um marco importante foi a nova estimativa de captação inicial de US$ 100 bilhões, sendo uma quantia mais conservadora comparada aos US$ 250 bilhões previamente aventados.

Com a capacidade de beneficiar aproximadamente 80 nações, a expectativa é que grande florestas tropicais, como as localizadas na Indonésia e no Congo, estejam no centro das discussões. A sugestão do fundo emerge da articulação entre Marina Silva e Fernando Haddad, apontando para a necessidade de novas soluções financeiras diante dos desafios climáticos presentes.

O fundo, batizado Tropical Forest Forever Facility (TFFF), terá uma gestão mercadológica e será constituído em ambiente internacional, com um portfólio de ações e títulos variados. A geração de retornos – baixos e pouco arriscados – é um diferencial. Taxas de retorno almejadas miram na atractividade para investidores que visam se posicionar em iniciativas de caráter sustentável e de longo prazo, projetando uma dissolução entre 20 e 30 anos.

Este esforço para moldar um futuro sustentável embrenha-se nas finanças e exige um esforço político para persuadir não apenas governos, mas também investidores. No ambiente da conservação florestal, a tônica é que se reconheça e se remunere devidamente a importância dos serviços ecossistêmicos oferecidos pelas florestas. Esta visão é corroborada por Ilona Szabó do Instituto Igarapé, evidenciando a indispensabilidade das florestas tropicias no combate às mudanças climáticas e na conformação de um caminho para desbloquear o pagamento destes serviços vitais.

Enquanto isso, o governo brasileiro busca solidificar as bases deste fundo até a COP29, com esperanças de oficializar o mecanismo na COP de Belém em 2025.


Fonte: https://capitalreset.uol.com.br/amazonia/fundo-bilionario-para-florestas-tropicais-avanca-diz-governo/

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