Registrando um crescimento vertiginoso que desafia as habituais trajetórias empresariais, a Solubio, uma fabricante de bioinsumos, comprova a vitalidade e o potencial da bioeconomia no mercado brasileiro. Com menos de uma década de operação, a empresa anuncia alcançar um faturamento anual na casa dos R$ 300 milhões, empregando 650 colaboradores e servindo 400 clientes.
Sua estratégia disruptiva é evidenciada pelo uso de cápsulas contendo microrganismos destinados ao agronegócio, lembrando, por analogia, a famosa marca de cafés em cápsulas, mas em uma escala muito maior. A tal ponto que, para engajar os produtores rurais, a empresa disponibiliza as chamadas biofábricas em comodato, estabelecendo um cenário onde bactérias, fungos e algas multiplicam-se controladamente. Essa prática, ao ser implementada nas lavouras, pode diminuir em até 70% os custos com defensivos e nutrientes químicos, mantendo níveis similares de produtividade. O resultado é uma redução de custos evidente para o agricultor e um avanço em prol da sustentabilidade.
Na vanguarda de uma transição para uma agricultura mais verde, a Solubio destaca a importância do manejo ecológico e a inserção de produtos que se alinham com o equilíbrio ambiental. A inovação constitui um pilar chave no modelo de negócio da empresa, recrutando talentos científicos e capitalizando em pesquisas nacionais líderes em bioinsumos. O Brasil, conforme destaca o fundo investidor Aqua Capital, é um protagonista tanto no desenvolvimento quanto na aplicação dessas tecnologias biológicas.
O avanço do uso de biológicos no agronegócio, saltando de uma participação de mercado de 2% em 2021 para 6% em menos de dois anos, denota uma tendência de rápida adoção dessas tecnologias. Investidores, percebendo o ambiente fértil, têm se mostrado ansiosos para capitalizar em empresas do setor como a Solubio, ampliando o acesso a capital e acelerando o crescimento. Tal procura investidora culminou com a avaliação de R$ 1 bilhão para a companhia após a associação com o fundo Aqua, que adquiriu cerca de 20% da empresa.
A jornada até o sucesso não foi isenta de desafios ou aprendizados valiosos. Os fundadores, inicialmente sem capital, foram inovadores na adaptação de suas operações e contrariaram práticas convencionais, como o financiamento de suas primeiras biofábricas. A startup, beneficiando-se de um investimento robusto e da incubação pela Endeavor, soube quando rejeitar ofertas prematuras de participações para, primeiro, solidificar seu modelo de negócio – hoje centrado no manejo biológico onfarm e na prestação de um serviço diferenciado de assistência técnica aos produtores rurais.
Com o objetivo de aperfeiçoar o retorno sobre os investimentos, a Solubio planeja consolidar seu modelo de comodato das biofábricas para expandir e aprofundar sua influência no setor, balanceando oportunidades com foco estratégico e gerando valor sustentável a longo prazo. Cabe mencionar a joint venture formada com uma empresa da Indonésia, refletindo a visão global e a capacidade de inovar em diferentes frentes. A Solubio se posiciona, assim, não apenas como uma empresa de sucesso, mas como uma peça catalisadora de uma transformação biológica no agronegócio nacional e internacional, exigindo um compromisso contínuo com inovação, sustentabilidade e crescimento consciente.
