A iniciativa National Biotechnology and Biomanufacturing, lançada pelo governo dos EUA sob a administração Biden em 2022, com um investimento de $2 bilhões, agora passa pela fase de estruturação de uma cadeia de suprimentos para biomanufatura. Conforme reportagem, em meados de março de 2024, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) apresentou um relatório essencial chamado Building a Resilient Biomass Supply: A Plan to Enable the Bioeconomy in America, que mapeia as possibilidades e desafios para alcançar o potencial de matéria-prima do país.
O documento avalia a disponibilidade de biomassa para a biomanufatura até 2040, baseando-se em dados do Departamento de Energia dos EUA (DoE) de 2016, que estimam 365 milhões de toneladas a partir de fontes convencionais. Entretanto, para atender ao crescimento e diversificação desejados pela estratégia de bioeconomia, é necessário expandir para além da bioenergia, investindo em insumos agrícolas sustentáveis, biotecnologia farmacêutica e ingredientes alimentares alternativos.
O aproveitamento de matérias-primas subutilizadas, como resíduos agrícolas, florestais e culturas energéticas menos conhecidas, pode ampliar esse fornecimento para até 1,2 bilhão de toneladas. O relatório destaca a importância dessas fontes alternativas para mitigar a competição por terra e atenuar questões de segurança alimentar, possivelmente afetadas pela expansão da biomassa não alimentar para biomanufatura.
Para impulsionar a adoção de culturas não convencionais, o relatório recomenda uma política regulatória estável que diminua os riscos dos produtores e crie incentivos para participação na bioeconomia. Projetos como cooperativas e redes de segurança financeira para cadeias de valor são mencionados, assim como a criação de mercados para co-produtos. Apoio a projetos de infraestrutura, como depósitos regionais que funcionem como intermediários na pré-processamento de biomassa, também é considerado essencial para tornar as cadeias de valor baseadas em biomassa viáveis.
O relatório ainda aponta desafios relacionados à viabilidade econômica de certas culturas e enfatiza a necessidade de reduzir os custos de transformação da biomassa bruta em matéria utilizável, citando o Biomass Feedstock National User Facility (BFNUF) como uma iniciativa para aprimorar a pré-processamento de biomassa lenhosa.
Embora haja um longo caminho a percorrer para a materialização do plano de bioeconomia dos EUA, passos significantes estão sendo dados para planejar e implementar uma infraestrutura que suporte esse futuro biobaseado. A interconexão com outras políticas, como a agrícola, é essencial para superar barreiras de escala e alcançar uma bioeconomia sustentável em um cenário de mudanças climáticas.