Enquanto o setor de biotecnologia continua a se expandir globalmente, a questão de como as empresas europeias podem maximizar seus esforços de captação de recursos para competirem de forma eficaz no mercado internacional é cada vez mais relevante. Uma conversa com Dima Kuzmin, sócio-gerente da 4BIO Capital, explora o status atual do financiamento em biotech na Europa e suas comparações com o panorama global.
A 4BIO Capital é uma firma de capital de risco internacional que busca desbloquear os tratamentos do futuro por meio de investimentos em terapias avançadas e outras tecnologias emergentes. A firma acredita que, apesar das preocupações crescentes entre as empresas sobre captação de recursos, há estratégias eficazes que podem ser adotadas para superar os desafios atuais.
Entre os principais assuntos discutidos estão as atuais tendências de investimentos em biotecnologia. Kuzmin argumenta que o mercado europeu tem um potencial de pesquisa robusto, mas enfrenta barreiras quando se trata de financiamento adequado. Isso levanta a inevitável questão sobre a necessidade de estar localizado em um conhecido centro de biotecnologia para garantir fundos. No entanto, Kuzmin sugere que a relocação pode não ser necessária para todas as empresas, pois a disrupção digital tem aberto novas possibilidades para empreendimentos que não estão fisicamente instalados em hubs tradicionais.
A conversa também aborda as diferenças nos padrões de investimento entre Europa, Estados Unidos e Ásia. Enquanto os Estados Unidos e a Ásia frequentemente oferecem contextos mais favoráveis para investimentos em inovação por meio de políticas governamentais e ambientes regulatórios favoráveis, a Europa se destaca por sua força em pesquisa acadêmica e desenvolvimento técnico.
Uma questão chave que surge é como o financiamento pode ser ajustado para igualar essa força de pesquisa na Europa. Kuzmin propõe que o ambiente europeu deve capitalizar mais sua expertise científica, criando condições atrativas para investidores internacionais, em especial de capitais norte-americanos e asiáticos.
Outro ponto significativo abordado é o potencial de criação de novos hubs emergentes na Europa. Países como Espanha e Itália são citados como localizações promissoras devido ao seu talento científico e infraestrutura em desenvolvimento. Além de serem mercados menores, oferecem um solo fértil para empresas que buscam atrair capital de fora do continente, reforçando assim o papel estratégico da Europa no mapa global de inovação em biotecnologia.
Para as empresas europeias interessadas em atrair capital dos EUA e da Ásia, Kuzmin recomenda uma abordagem focada na construção de parcerias estratégicas que demonstrem o valor único da expertise europeia, ao mesmo tempo em que se alinham com as expectativas dos investidores estrangeiros.
Por fim, a visão de Kuzmin sobre a evolução do espaço de financiamento para biotecnologia na Europa sinaliza um período de adaptação e potencial transformação. Ao desafiar o status quo e promover o potencial intrínseco do continente para inovação bioeconômica, a Europa pode garantir um lugar de destaque no cenário global, estimulando não apenas o avanço tecnológico, mas também contribuindo significativamente para o desenvolvimento sustentável econômico e social.
Fonte: https://www.labiotech.eu/podcast/challenging-the-european-biotech-funding-status-quo/