A recente análise realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) vem lançar uma luz sobre o conceito de desenvolvimento na Amazônia Paraense, e como essa noção se entrelaça intrinsecamente com os contornos emergentes da bioeconomia. O estudo se debruça sobre as múltiplas facetas do desenvolvimento, desde a evolução histórica do conceito até as projeções contemporâneas, assim como suas aplicações práticas naquela região da Amazônia.
Os autores articulam uma visão que contempla tanto as vertentes econômicas, passando pela qualidade de vida e pelas complexas interações socioambientais, quanto os desafios enfrentados peculiarmente pela região Paraense. A discussão é embasada pelo entendimento de que não se pode separar o desenvolvimento econômico da melhoria da qualidade de vida e do respeito à biodiversidade.
O papel crucial da bioeconomia nesse contexto não é subestimado. Ela é apresentada como um resultado prático e um novo paradigma para o desenvolvimento sustentável no século XXI. A bioeconomia surge como uma resposta contemporânea para questões antigas e profundas da região, indicando um caminho para o uso responsável dos vastos recursos biológicos locais. Este avanço representa a integração de uma economia sustentável que valoriza tanto a biodiversidade quanto as necessidades econômicas locais e globais.
Empregando uma abordagem qualitativa, o estudo tece uma interrelação entre o desenvolvimento e seu espaço de ação, ressaltando as especificidades da região amazônica no que tange à sua economia, cultura, meio ambiente e política. Dentro desse espectro, a pesquisa enfatiza a necessidade de se contemplar estratégias que abarquem as condições naturais, históricas e culturais da região, alinhando os mecanismos de mercado às necessidades da população local.
Concluindo, os autores sublinham que a Amazônia Paraense está no cerne das discussões sobre um desenvolvimento que contemple todas as dimensões humanas e ambientais. A transformação da biodiversidade em valor econômico, alinhada às tecnologias inovadoras, está no coração da proposta de bioeconomia para a região. Acredita-se que essa abordagem pode simultaneamente alavancar o desenvolvimento socioeconômico e preservar as riquezas naturais.
Entretanto, alerta-se para as estruturas defasadas que ainda limitam o desenvolvimento da Amazônia Paraense. A pesquisa sugere um profundo trabalho em diversas frentes – da infraestrutura à educação, passando pela inovação tecnológica e pelo investimento financeiro – como essencial para a materialização dos conceitos de bioeconomia e desenvolvimento sustentável na região.
A análise oferece um panorama abrangente e detalhado da situação atual e aponta para a necessidade de ações concretas no sentido de promover o desenvolvimento sustentável, respeitando e valorizando a biodiversidade única e as comunidades locais da Amazônia paraense.
Fonte: L. F. P. de Queiroz, M. do S. A. Flores e M. Vasconcellos Sobrinho, “A bioeconomia e sua relação com a Amazônia paraense: uma revisão a partir do conceito de desenvolvimento”, A Economia do Desenvolvimento: do crescimento econômico ao desenvolvimento sustentável, Editora Científica Digital, vol. 1, pp. 13-24, 2023.
https://downloads.editoracientifica.com.br/articles/221110922.pdf
