O Plano Estadual de Bioeconomia do Pará avança com notável rapidez, refletindo o comprometimento do estado em implementar estratégias socioeconômicas de baixo carbono. Uma das iniciativas deste plano é a recém-inaugurada Escola de Saberes da Floresta, localizada no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia. A aula magna, realizada pelo Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), contou com a presença de acadêmicos e foi promovida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas). Este projeto promete ser um marco na integração entre conhecimento científico e prática tradicional.
A Escola de Saberes da Floresta busca fomentar a valorização do conhecimento tradicional, reunindo lideranças quilombolas e indígenas. Em sua inauguração, o professor Danilo Caetano destacou que a disciplina ministrada desafia os alunos a escutarem e valorizarem esses conhecimentos ancestrais. Ao promover imersões em comunidades locais, a escola cria um elo vital entre estrutura acadêmica e práticas locais, contando com o suporte logístico da Semas. Este vínculo é fortalecido pela colaboração de servidores públicos, integrando mais ainda a experiência de aprendizado.
O professor indígena Almires Martins, da etnia Guarani-Terena, celebrou a oportunidade de compartilhar saberes tradicionais com jovens acadêmicos. Segundo ele, essa troca de ideias explora uma nova epistemologia que pode surpreender estudantes ao confrontar visões tradicionais e científicas de consciência ambiental. Esta interação proporciona um espaço dinâmico e evolutivo, onde o aprendizado é recíproco e não segue padrões impostos, mas sim um aprendizado colaborativo.
Beatriz Arini, estudante de Publicidade e Propaganda, manifestou interesse em aprofundar seus conhecimentos na disciplina após participar de uma imersão prática na Ilha do Combu. Para ela, a oportunidade de aprendizado aos moldes amazônicos e socioambientais é um ponto de partida para novas perspectivas sobre a região e suas potencialidades.
A influência do Plano Estadual de Bioeconomia vai além da academia, já que no primeiro ano de execução, quase 50% das ações planejadas foram implementadas, afetando mais de 67 mil pessoas. Essa mobilização, que conta com um investimento de R$ 34 milhões em 275 negócios, reforça o compromisso com uma economia baseada em sociobiodiversidade e na preservação do conhecimento tradicional. Dessa forma, a Escola de Saberes da Floresta destaca-se como uma iniciativa essencial para este propósito, incentivando uma bioeconomia autêntica e conectada com a realidade amazônica.
Larissa Rodrigues, gerente de bioeconomia da Semas, ressaltou a relevância do curso para a implementação das políticas públicas no estado do Pará. Segundo ela, o entendimento da riqueza cultural e do conhecimento tradicional amazônico é o alicerce para construir uma bioeconomia verdadeiramente representativa da população local. Este compromisso reafirma uma estratégia sólida de desenvolvimento econômico que respeita e promove os valores e saberes dos povos da Amazônia.