Um novo estudo conduzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) evidencia a castanha-da-amazônia, comumente conhecida como castanha-do-pará, como um vetor de desenvolvimento sustentável para a Região Norte do Brasil. Segundo a pesquisa, a castanha contribui não apenas para a conservação ambiental e regulação do clima, mas também atua como peça-chave na geração de renda para comunidades extrativistas, robustecendo assim as estruturas socioeconômicas locais.
Os detalhes desta contribuição estão delineados na publicação ‘Castanha-da-Amazônia: Estudos sobre a Espécie e sua Cadeia de Valor – Aspectos Sociais, Econômicos e Organizacionais’, que aborda, entre outros tópicos, os serviços ecossistêmicos prestados por essas árvores e os serviços ambientais realizados pelos agroextrativistas responsáveis pelo manejo dessas florestas. Segundo os especialistas da empresa, a castanha é um dos protagonistas do agroextrativismo brasileiro, sustentando milhares de famílias e mobilizando uma soma considerável na economia com estimativa de um fluxo anual mínimo de R$ 130 milhões oriundos dessa atividade.
Classificada como um ‘superalimento’ devido à sua riqueza em nutrientes, a castanha-da-amazônia contém componentes lipídicos, proteicos e antioxidantes fundamentais, como o selênio, reconhecido por seu papel na prevenção de doenças neurodegenerativas e câncer. A pesquisa da Embrapa reforça a relevância das castanheiras, que, apesar de constituírem uma modesta proporção dos indivíduos em um castanhal, são responsáveis por uma fatia imponente da biomassa viva e, consequentemente, do estoque de carbono.
A abrangência geográfica das castanheiras se estende pela Pan-Amazônia, permeando fronteiras nacionais e destacando-se pela influência nos ciclos hidrológico, de nutrientes e na manutenção da biodiversidade. Os pesquisadores associam o alto valor ecológico, socioeconômico e cultural da árvore à sua capacidade de sustentar tanto a integridade ecológica quanto o bem-estar das populações que delas dependem. Neste contexto, a compensação pelo provisionamento de serviços ambientais é citada como um mecanismo essencial para a preservação da Floresta Amazônica e a permanente sustentabilidade das comunidades agroextrativistas.
Diante dos dados apresentados, fica patente a necessidade de reconhecer e valorizar não somente o potencial mercadológico, mas também a contribuição crucial das castanheiras e das práticas sustentáveis de agroextrativismo para a manutenção do equilíbrio ecológico e o fomento de uma economia que se alinha aos princípios da bioeconomia. Tais práticas corroboram estratégias ambientais globais e fortalecem o papel de liderança do Brasil em ações de conservação florestal e uso consciente de recursos naturais em benefício das futuras gerações.
Fonte: https://www.folhabv.com.br/cotidiano/castanha-impulsiona-desenvolvimento-sustentavel-na-amazonia/