Bioeconomia e biodiversidade africana como solução climática

O potencial da biodiversidade africana para impulsionar soluções bioeconômicas foi o foco de um seminário realizado no dia 3 de outubro, co-organizado pelo Stockholm Environment Institute (SEI) e a Kenya Mission to UNEP. O evento, ocorrido no centro agroflorestal mundial em Nairóbi, explorou como a bioeconomia pode ajudar a mitigar os desafios climáticos e socioeconômicos que a África enfrenta atualmente.

No contexto de múltiplas crises ambientais, surge a bioeconomia como uma perspectiva promissora para um desenvolvimento sustentável e adaptativo. Durante o evento, discutiram-se incentivos financeiros, o apoio à juventude e a cooperação multilateral como estratégias essenciais para a alavancagem desse potencial africano. Essas propostas visam ser integradas às discussões em eventos globais iminentes, onde a bioeconomia terá papel crucial.

David Obura, que preside a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, ressaltou a necessidade urgente de integrar as soluções para o clima e a biodiversidade. Segundo ele, é crucial adotar uma abordagem equilibrada que tire proveito da natureza sem degradá-la. A chave para a prosperidade na África, afirmou, está na implementação de uma bioeconomia fundamentada em princípios plenos de sustentabilidade.

Além disso, soluções baseadas na natureza precisam ser alinhadas a estratégias de redução de emissões de gases de efeito estufa para promover o aquecimento global. Essas estratégias incluem o uso de energias limpas, eficiência energética aprimorada e proteção florestal. A asseguração de acesso equitativo aos serviços ecossistêmicos para as comunidades locais é um pilar essencial nessa abordagem.

A proteção do solo e a conexão das gerações emergentes à terra são tidas como cruciais para alcançar objetivos de desenvolvimento sustentável, segundo Patricia Kombo, do UNCCD. Ela destacou a importância de oferecer conhecimento científico e habilidades empreendedoras aos jovens, elementos que capacitam para criações de meios de subsistência sustentáveis.

Um dos principais desafios identificados é a falta de apoio financeiro disponível para a juventude africana e para o desenvolvimento tecnológico, um ponto abordado por Olufunso Somorin, do Banco Africano de Desenvolvimento. Ele propôs a criação de um Fundo Nacional da Juventude, gerido por jovens, para estimular inovação e empreendedorismo.

Eventos futuros, como a Cúpula Global de Bioeconomia agendada para Nairobi, servirão de plataforma para que as nações africanas exerçam liderança na agenda bioeconômica. Espera-se que o envolvimento crescente de países africanos em iniciativas como o Fórum Internacional de Bioeconomia incentive práticas de resiliência climática e desenvolvimento sustentável.

Fonte: The bioeconomy can help climate-resilient development in Africa and the world.

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