Associação mundial exorta UE a potencializar biotecnologia para sustentar liderança global

A Associação Mundial de Bioeconomia está conclamando a União Europeia a assumir um papel mais ativo na vanguarda das novas biotecnologias e biofabricação, sublinhando sua importância para a competitividade, para a transição ecológica e para uma distribuição global verde e justa. Em um cenário onde outras grandes economias, como Estados Unidos, China, Reino Unido e Índia, avançam significativamente em novas iniciativas bio-baseadas, a UE recentemente pareceu diminuir o ritmo, um contraste que levanta questões sobre sua capacidade de manter a liderança e continuar contribuindo para um mundo mais sustentável.

O documento produzido pela Associação destaca oportunidades chave, insistindo na necessidade de ações rápidas para manter a liderança e continuar contribuindo para um mundo com maior eficiência de recursos, redução de emissões e sustentável. Para se manter competitiva neste setor acelerado, a UE necessita desenvolver políticas de suporte, incluindo atualizações regulatórias, incentivar pesquisas e desenvolvimento e atrair investimentos.

É fundamental salientar que a biotecnologia é uma tecnologia habilitadora e, por meio da biofabricação, é possível emergir uma ampla gama de produtos em diversos setores industriais. A Biologia Industrial cobre a produção de químicos bio-baseados, biomateriais como bioplásticos, combustíveis renováveis, incluindo combustíveis sustentáveis para aviação, ingredientes alimentares e aditivos para rações. A disrupção de silos na biotecnologia industrial e farmacêutica permite uma transição para produtos que vão desde suplementos alimentares que melhoram a saúde a medicamentos mais seguros, fortalecendo uma produção de alimentos eficiente em recursos e promovendo a saúde.

Produzir alimentos microbianos em grandes tanques de fermentação tem se desenvolvido em uma gama de produtos e tecnologias de fermentação, uma inovação que pode oferecer novas fontes de renda para os agricultores, utilizando resíduos de colheitas e fluxos laterais ricos em carboidratos. Ademais, com base na experiência da biofabricação de proteínas industriais, como enzimas, e biopharma, agora é possível, tanto na UE quanto nos EUA, produzir proteínas animais em tanques de fermentação, pavimentando o caminho para tecnologias amigáveis ao clima para produzir proteínas animais sem as emissões associadas de metano.

Destacadamente, está emergindo a possibilidade de se produzir alimentos sem o uso de terra. Técnicas inovadoras como o uso de bactérias que vivem de CO2 modificado e H e O da água, tal como na abordagem CORC, estão transformando CO2 capturado em acetato, alimentando micróbios geneticamente editados, bactérias e/ou leveduras.

Para escalar e comercializar inovações bio-baseadas, a UE precisa de uma postura ativa e mudanças na aprovação regulatória. Além disso, precisará concentrar-se na atratividade de investimentos e na resolução de obstáculos regulatórios. Abordagens inovadoras como a aplicação de big data e inteligência artificial às próximas gerações de Biotech e Biofabricação, bioinformática e IA podem desenvolver produtos e melhorar a compreensão dos sistemas microbiomas alimentares, enquanto a colaboração internacional em RTDI pode melhorar significativamente a segurança alimentar em áreas desafiadas pelas mudanças climáticas. A Associação Mundial de Bioeconomia ressalta que colaborações e reformas regulatórias são chaves para manter a competitividade internacional. As ações oportunas determinarão o papel da UE em moldar um futuro sustentável, eficiente e competitivo para a biotecnologia e a biofabricação.


Fonte: https://bioeconomyassociation.org/position-papers-and-letters/the-eu-must-clarify-its-position-on-biotech-biomanufacturing-for-bioeconomy-advancement/

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