O estado do Arkansas se prepara para dar início às operações do que pode ser considerada a maior instalação de remoção de carbono do mundo, sob a liderança da empresa de nome Graphyte. Trata-se de um empreendimento que, com apenas um ano de fundação e respaldado pelo investidor e filantropo Bill Gates, apresenta objetivos ambiciosos e metas impactantes para a captura de carbono a partir de resíduos de madeira.
No cerne dessa inovação estão os tijolos de biomassa, que serão produzidos a partir de serragem rica em carbono e outros resíduos lenhosos, oriundos das indústrias de papel das proximidades. O CEO da Graphyte, Barclay Rogers, anunciou à E&E News que a fábrica localizada em Pine Bluff começará a fabricação dessas unidades de armazenamento carbono até o final desta semana, com previsões de que, até o fim deste ano, consigam remover 15.000 toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera.
Com capacidade projetada para expansão, a meta é que, em 2025, a capacidade de remoção da Graphyte alcance a marca de 50.000 toneladas adicionais. Atingindo esses números, a empresa não apenas protagonizará como o maior empreendimento do segmento, mas também como a maior companhia de remoção de carbono globalmente.
A Graphyte, contudo, não está só na corrida pela liderança em remoção de carbono. O setor vivencia uma concorrência acirrada, impulsionada pelo apelo científico, político e corporativo pela captura de carbono – uma estratégia essencial, segundo climatologistas, para mitigar os piores impactos do aquecimento global. Outras empresas, como a Charm Industrial, que transforma resíduos agrícolas em bio-óleo para injeção subterrânea, e pioneiras no método de captura direta do ar – como a Climeworks e Heirloom Carbon Technologies – também fazem parte desse movimento, cada uma com suas respectivas capacidades de captura anual.
Inclusive, a colaboração entre Climeworks e Heirloom no desenvolvimento de um polo de captura direta de carbono, subsidiado pelo Departamento de Energia, promete a remoção de 1 milhão de toneladas por ano, um marco significativo no contexto das emissões por usinas a gás natural.
Por outro lado, a Graphyte se concentra na rapidez operacional e na oferta de seus serviços de remoção de carbono a um custo acessível. Fundada com o suporte da Breakthrough Energy Ventures de Gates, a companhia entra no mercado oferecendo seus serviços a USD 100 por tonelada, preço este considerado lucrativo pelo CEO e significativamente mais baixo se comparado às demais empresas do setor.
O método empregado pela Graphyte é sublinhado por sua simplicidade: aproveita o processo de fotossíntese para capturar o carbono da atmosfera e, com isso, transformar descartes da indústria de papel em matéria para ser secada, compactada e enterrada. Apesar da operação programada para iniciar em breve, a empresa ainda aguarda a concessão do devido licenciamento ambiental para enterrar os tijolos de biomassa, numa expectativa que aponta para uma aprovação regulatória no mês subsequente.
Fonte: https://www.eenews.net/articles/exclusive-worlds-largest-carbon-removal-plant-is-about-to-open/