Apelo científico na UE: Nova geração de técnicas genômicas pode revolucionar a agricultura sustentável

As técnicas genômicas na agricultura enfrentam um momento decisivo no contexto da União Europeia. Um grupo de 34 laureados com o Nobel e mais de mil cientistas expressou apoio à edição genética baseada na ciência, dirigindo-se aos membros do Parlamento Europeu em uma petição, onde destacam o imenso potencial destas novas técnicas genômicas (NGTs) para a agricultura sustentável, segurança alimentar e soluções médicas inovadoras.

Agricultores preocupados com o futuro da produção alimentar diante das amplas mudanças climáticas apelam à aceitação da tecnologia. A proposta regulamentar da UE sobre as NGTs, apesar de progressiva, apresenta áreas cinzentas que podem comprometer sua eficiência. A adoção das NGTs na Europa tem implicações globais, afetando produtores europeus em sua busca por sustentabilidade e, indiretamente, agricultores africanos dependentes do comércio com a Europa.

Os especialistas recordam a rejeição desastrada dos OGMs na Europa—uma tecnologia segura que teve sucesso em transformar a agricultura nas Américas e grande parte da Ásia, promovendo resiliência climática nas culturas. Ignorar as NGTs pode resultar em um resultado semelhante, prejudicando avanços no cultivo de alimentos fundamentais, combate a pragas e enfermidades, e construção de resiliência climática em culturas.

As NGTs são uma oportunidade de inovação baseada na ciência, que aceleram o lento processo de melhoramento tradicional, oferecendo respostas rápidas e ajudando os agricultores a enfrentar mudanças climáticas, reduzindo a dependência de herbicidas e pesticidas, aumentando os rendimentos e alimentando um planeta em crescimento. Na África, as NGTs podem conduzir a uma produção agrícola mais produtiva e autossuficiente, enquanto na Itália, podem auxiliar agricultores orgânicos a competir no mercado, mantendo seus princípios.

A implementação das NGTs requer liderança política e científica da Europa, e o apelo dos cientistas é claro: é hora de políticas consistentes e baseadas em evidências, e de apoio dos governos nacionais para que a ciência guie a transição para sistemas alimentares mais sustentáveis.

O desempenho da UE em relação às NGTs terá um impacto além de suas fronteiras. Resistem aos OGMs na virada do século, o mundo em desenvolvimento seguiu o exemplo, observando então os agricultores de países como Estados Unidos, Canadá, Argentina e Brasil avançarem com o uso de biotecnologia. As NGTs oferecem uma chance de renovação, abraçando uma tecnologia que pode tornar a agricultura mais sustentável e produtiva.


Fonte: https://www.euronews.com/green/2024/02/16/in-farming-genomic-techniques-cant-afford-a-repeat-of-disastrous-gmo-rejection

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