O Vale Imperial da Califórnia acaba de ganhar holofotes no cenário global de bioenergia com anúncio da instalação do Sugar Valley Energy (SVE), um campus de bioenergia que promete alocar uma produção anual de até 61 milhões de galões de combustível de aviação sustentável (SAF). A iniciativa é vista como um importante passo para a indústria da aviação na sua meta de atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050, haja vista que o SAF pode reduzir em até 80% as emissões de carbono no ciclo de vida em comparação ao querosene de aviação convencional.
Externado por David Rubenstein, CEO e Presidente da California Ethanol + Power, a refinaria de biocombustíveis que ocupará uma área de 160 acres, encontra-se em sua fase final de desenvolvimento e promete, além da produção de SAF, gerar etanol de cana-de-açúcar de baixo carbono para a mistura de combustíveis de transporte, gás natural renovável (RNG), diesel renovável (RD), eletricidade, CO2, hidrogênio, bem como oferecer conexões de tratamento de águas residuais locais para beneficiar empresas regionais e residentes.
Estima-se que o projeto propiciará até 15.000 empregos durante a construção e no primeiro ano de operação, e aproximadamente 2.000 empregos agrícolas na produção de matérias-primas em plena capacidade. A matéria-prima, a cana-de-açúcar, será cultivada localmente e integralmente contratada com agricultores do Vale Imperial, indicando o desenvolvimento de um programa robusto de longo prazo para fornecimento do insumo.
Destaca-se que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) americana aprovou o pathway que permite tornar o etanol de cana-de-açúcar uma matéria-prima com a menor intensidade de carbono para SAF na Califórnia. O processo de conversão de SAF da SVE utilizará a tecnologia conhecida como ‘alcohol-to-jet (ATJ)‘, uma solução já comprovada para produção comercial de SAF e diesel renovável, desenvolvida e testada pelo Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL), um laboratório do Departamento de Energia dos EUA (US DOE).
