A Cellva Ingredients, startup pioneira brasileira no segmento de ingredientes animais cultivados, anunciou uma captação de R$6,5 milhões em sua primeira rodada de financiamento. A liderança da rodada foi da empresa Seed4SCience, pertencente ao Fundepar, com a participação do ProVeg Incubator, do fundo espanhol Rumbo Ventures e do grupo de investidores-anjo do Rio Grande do Sul, EA Angels. Com meta de alcançar R$10 milhões até março de 2024, a Cellva pretende acelerar o desenvolvimento de suas inovações no campo das proteínas alternativas.
Fundada na cidade de Porto Alegre em 2022, a Cellva tem à frente dois profissionais com backgrounds robustos: Sérgio Pinto, ex-executivo da BRF e CEO da empresa, e Bibiana Matte, pesquisadora de cultura de células e engenharia de tecidos que assume como CSO. Através do uso de biotecnologia avançada, a startup se concentra na criação de gorduras sustentáveis – mais saudáveis para humanos, animais e o planeta.
A marca registrou um marco relevante ao anunciar seu primeiro protótipo de gordura suína cultivada, produzido em apenas 21 dias, um período significativamente mais curto se comparado aos aproximados 24 meses necessários na produção tradicional. A Cellva destaca ainda que suas gorduras podem ser moduladas para serem mais saudáveis – com menor teor de gordura saturada, propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, e melhor digestibilidade – através de um processo de modulação não transgênico.
Com vistas a expandir sua produção e consolidar sua plataforma de agricultura celular, a startup planeja estabelecer um novo laboratório dotado de biorreatores de ponta e fortalecer sua equipe, que atualmente conta com 13 membros. A Cellva almeja introduzir seus produtos no mercado no final de 2024 ou início de 2025, condicionado à aprovação regulatória da Anvisa.
O CEO da empresa, em recente entrevista, expressou o compromisso da Cellva com a geração de gordura alimentar de maneira rápida, eficiente e sustentável, destacando o processo que viabiliza seu produto em um período de 21 dias com o uso mínimo de insumos, representando uma fração do que é empregado pelos métodos tradicionais que podem levar de três a 14 anos. Para os tomadores de decisão e influenciadores visionários no setor da bioeconomia, o avanço da Cellva reflete potencialidades impactantes para um desenvolvimento sustentável, com repercussões no emprego e geração de renda na indústria de alimentos e além.
