A era do plástico está sendo repensada. A sustentabilidade tornou-se um alvo estratégico para o varejo, especialmente quando se trata de embalagens. Diante do aumento de pressões regulatórias e demandas dos consumidores por produtos mais ecológicos, é fundamental que as práticas comerciais estejam alinhadas com métodos sustentáveis.
Neste contexto, varejistas de grande escala têm traçado objetivos arrojados para a próxima década, visando aumentar o conteúdo reciclado de suas embalagens para 50%, reduzir pela metade o uso de plástico virgem e transitar para embalagens 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis em suas marcas próprias até 2030. Porém, com uma projeção de triplicar a demanda por embalagens de plástico reciclado pós-consumo e uma oferta que deve apenas dobrar, a tarefa parece ser desafiadora não apenas do ponto de vista ambiental, mas também econômico.
Estratégias mais sustentáveis para embalagens passam a ser não só uma questão de responsabilidade corporativa, mas uma necessidade comercial urgente. Em nossa análise, identificamos quatro ações estratégicas essenciais que abrangem toda a cadeia de valor e demandam uma revisão profunda dos CEOs de varejo, oficiais de sustentabilidade e oficiais de aquisição.
Ação 1: Avaliar e otimizar o portfolio completo de embalagens é o primeiro passo, envolvendo uma avaliação detalhada de custos, impacto ambiental e uso de materiais, de forma a identificar oportunidades de melhoria e definir estratégias ótimas de embalagem.
Ação 2: Incorporar os princípios de sustentabilidade no processo de design da embalagem. Isso significa minimizar o uso de materiais não sustentáveis favoráveis ao meio ambiente e harmonizar conjuntos de materiais por categoria, com foco na experiência do usuário.
Ação 3: Estabelecer novas parcerias ao longo da cadeia de valor. Ao se conectar com uma variedade de parceiros – de fornecedores de embalagem a gestores de resíduos e recicladores – varejistas poderão garantir o abastecimento necessário sem enfrentar preços exorbitantes.
Ação 4: Construir novas capacidades internas. Isso envolve investir em talentos e formar equipes capazes de compreender as complexidades técnicas dentro das tecnologias de embalagem e reciclagem, bem como aprimorar operações de loja para facilitar a coleta de embalagens recicladas.
O principal mito sobre a embalagem sustentável é que ela seria inerentemente mais cara. Contudo, a realidade é mais matizada. Varejistas podem, na verdade, reduzir significativamente os custos com embalagens plásticas e, em certas categorias, até 40%. Além disso, estratégias bem planejadas de embalagem sustentável podem diminuir a vulnerabilidade a flutuações de preços de commodities, diversificar as fontes de receita e fortalecer a fidelidade do consumidor sem repassar custos adicionais aos clientes.
Enfrentar o desafio das embalagens sustentáveis de maneira holística é uma oportunidade para o varejo não apenas alcançar economias de custos e atender aos objetivos de sustentabilidade, mas também para intensificar a lealdade do consumidor. Para executivos de varejo, a janela de oportunidade está aberta hoje para agir antes que os custos de embalagem se tornem proibitivos. O tempo urge.