Como startups de biotecnologia alcançam status de unicórnio

A corrida pelo status de unicórnio no setor de biotecnologia é complexa e envolve um intricado equilíbrio entre inovação científica, compreensão de mercado e execução estratégica. À medida que 2024 avança, novas startups buscam entender e replicar as fórmulas de sucesso que levaram empresas como a Mammoth Biosciences a atingir uma valorização de um bilhão de dólares.

A ativação do potencial de um unicórnio no mundo da biotecnologia não se limita apenas à inovação científica. João Ribas, principal investidor da Novo Holdings, destaca que as empresas que se destacam “abordam necessidades clínicas não satisfeitas” com tecnologias revolucionárias. No entanto, enfatiza que o sucesso também depende de uma execução robusta e uma visão clara. “É uma mistura única de ciência, necessidade não atendida e a equipe certa para avançar e criar valor a longo prazo”, afirma.

Além da inovação, o entendimento do mercado é crucial. Janita Good, co-líder em ciências da vida na Fieldfisher, enfatiza a importância de compreender todo o processo de desenvolvimento e comercialização. Trevor Martin, da Mammoth Biosciences, complementa que a ciência inovadora só tem valor se puder impactar significativamente os pacientes. Isso é ilustrado pela escolha da empresa em focar em candidatos que podem ser pioneiros em suas áreas, como o APOC3.

A execução da ciência é outro aspecto vital. Martin compartilha que sua empresa optou por um foco intenso em desenvolver tecnologias CRISPR inéditas, especialmente aquelas ultra-compactas, que permitem edição gênica in vivo em vários tecidos além do fígado. Este foco estratégico permite à empresa alavancar suas competências principais e desenvolver soluções únicas que enfrentam desafios médicos específicos.

Passar de uma startup promissora para um unicórnio exige também estratégias de financiamento sólidas e parcerias estratégicas. Martin reforça que a trajetória para se tornar um unicórnio no setor de biotecnologia é longa e requer a combinação certa de investidores, equipe e parceiros. As rodadas críticas de financiamento, como as séries B e C, são essenciais devido à natureza intensiva em capital do setor.

Ribas acrescenta que os investidores desempenham um papel fundamental não apenas no fornecimento de fundos, mas também em insights estratégicos e apoios durante os desafios financeiros, clínicos e regulatórios. Construir essas relações como parcerias, e não apenas como fornecedoras de recursos, é vital para o crescimento das startups.

As parcerias estratégicas são aceleradoras de crescimento. Colaborações com grandes farmacêuticas podem validar a tecnologia de uma startup, oferecer recursos críticos e abrir portas para oportunidades de crescimento. Martin ressalta a importância do alinhamento com parceiros que compartilham a mesma visão tecnológica e que trazem expertise que a empresa pode absorver e potencializar.

Adicionalmente, desenvolver uma cultura organizacional colaborativa é essencial para enfrentar os desafios no desenvolvimento biotecnológico. Uma equipe de liderança forte, que alia cientistas inovadores a executivos experientes, é crucial para escalar operações e gerenciar o lado empresarial da biotecnologia. Martin observa que o time de liderança na Mammoth combina veteranos do setor com décadas de experiência, permitindo redefinir o que é possível no campo.

Enquanto o caminho para se tornar um unicórnio é cheio de nuances e depende de diversos fatores, a busca por uma ciência inovadora, sua aplicação focada e concreta no mercado, escolha dos parceiros certos e uma equipe comprometida com liderança eficaz são passos fundamentais para alcançar essa meta.


Fonte: https://www.labiotech.eu/expert-advice/how-to-become-a-biotech-unicorn/

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