A Acelen, empresa de energia sob gestão do fundo global de Abu Dhabi Mubadala Capital, apontou uma nova direção em sua atuação no Brasil com um projeto de R$ 12 bilhões que almeja transformar a macaúba, planta nativa brasileira, em um catalisador para soluções de energia renovável. A iniciativa foi destacada durante a COP-28, em Dubai, quando surgiu também a notícia da criação da Acelen Renováveis, uma subsidiária dedicada ao empreendimento.
Luiz de Mendonça, CEO da Acelen, sublinhou o interesse na macaúba devido a sua robustez como fonte de óleo vegetal, constituindo um elemento viável para a produção de diesel renovável e SAF (Combustível Sustentável de Aviação). O executivo salientou que o potencial energético da planta já era conhecido e estudado por importantes instituições acadêmicas há cerca de 30 anos.
A empresa, que adquiriu a Refinaria de Mataripe da Petrobras (anteriormente conhecida como Landulpho Alves) e já figura como peça fundamental no mercado de refino com 15% de participação, vê essa oportunidade como uma ponte para um mundo mais sustentável. Os investimentos da Acelen Renováveis devem impulsionar o crescimento econômico, além de gerar empregos, estando prevista a criação de mais de 90 mil postos de trabalho, segundo um estudo da Fundação Getulio Vargas.
Com o compromisso de agregar valor tanto ambiental quanto social, a Acelen planeja recuperar terras degradadas e capitalizar sobre créditos de carbono, envolvendo nesse progresso a contribuição de pequenos produtores. Este passo também vai ao encontro das necessidades do mercado aéreo global, que busca alternativas mais sustentáveis e acompanha de perto o desenvolvimento do projeto.
O CEO enfatizou que não se preocupa com a demanda, uma vez que o projeto oferece uma solução com potencial para ser competitivamente vantajosa em relação ao diesel fóssil e promete uma redução significativa nas emissões de carbono. O engajamento da Acelen com o projeto demonstra um exemplo prático do que a empresa interpreta como uma ação necessária e pragmática em meio ao debate global sobre sustentabilidade e transição energética.
O discurso de Mendonça destaca que, mesmo que a transição para energias mais limpas leve tempo e que a indústria de combustíveis fósseis ainda tenha presença no mercado, projetos como o da macaúba possuem a chave para uma evolução consciente e impactante, integrando a força do agronegócio brasileiro com o impulso de inovação e tecnologia internacionais. É um passo que reflete não apenas no avanço das práticas de energia renovável, mas também no compromisso com a responsabilidade socioambiental.