Em uma era onde a bioeconomia se torna cada vez mais relevante para o futuro sustentável do planeta, a startup americana Terragia emerge como uma força visionária no setor de biocombustíveis. Com uma rodada de capital semente robusta, que atraiu um financiamento de US$ 6 milhões advindos de fundos como Engine Ventures e Energy Impact Partners, a empresa promete revolucionar o mercado do etanol celulósico, também conhecido como E2G.
Lee Lynd, cofundador da Terragia e renomado especialista na área de biocombustíveis, olha com respeito para a gigante brasileira Raízen, hoje principal produtora em escala comercial de E2G, derivado de cana e palha de milho. Porém, Lynd acredita que a inovação tecnológica de sua empresa pode tornar a produção do biocombustível significativamente mais eficiente e barata. Este otimismo vem do desenvolvimento de uma técnica pioneira que dispensa o uso de caras e complexas enzimas especiais, optando por microorganismos modificados geneticamente capazes de simplificar o processo.
O potencial dessa inovação se encontra ainda em fase de laboratório, com previsões para a construção de uma unidade piloto em dois anos e a produção em escala comercial se desdobrando no período seguinte. A visão de Lynd para o E2G é ambiciosa, não apenas como uma solução energética, mas também como um avanço essencial para responder à crise climática e atender à crescente demanda por combustíveis sustentáveis de aviação (SAF).
Segundo o especialista, o etanol de cana, pelas técnicas agrícolas e as características do Brasil, já é apto para conversão em querosene sustentável, diferentemente do etanol de milho produzido nos Estados Unidos. Neste contexto, a Terragia não deseja apenas ser mais um produtor de E2G, mas sim um provedor de uma tecnologia que permita a produção do biocombustível junta à geração de resíduos do etanol convencional – estratégia semelhante à adotada pela Raízen.
Além da inovação em processos, a startup recebeu reforço executivo com a chegada de Kristin Brief como CEO, que, junto a Lynd, esteve no Brasil sondando potenciais parcerias e interessados na novíssima tecnologia. A Terragia, portanto, posiciona-se não como rival direta das usinas, mas como vetor de uma evolução radical na eficiência e na sustentabilidade de produção do etanol celulósico. A propriedade intelectual da empresa consiste em ferramentas de manipulação genética e estratégias para aplicá-las em bactérias que poderão efetuar a conversão da biomassa em álcool de maneira revolucionária.
Esse progresso evidencia um marcante contraste com os fatores que contribuíram para as dificuldades encontradas pela geração anterior de empreendimentos em E2G. A estratégia atual é avançar com transparência e fazendo uso concreto da robusta base científica já existente. O longo prazo da startup é promissor, com Lynd e Brief mantendo uma confiança sólida no sucesso de suas inovações no grandioso desafio de produzir combustível sustentável em larga escala.