Seminário no Recife debate a proteção e o futuro econômico e ambiental da Caatinga

Um passo significativo para a conservação da Caatinga foi dado no Recife com a realização do seminário “Recaatingar: estratégias de proteção ambiental e inclusão produtiva”, uma prévia da celebração do Dia da Caatinga. Organizado pelo BNDES e o Consórcio Nordeste, o evento abriu debate sobre os crescentes desafios ambientais do único bioma exclusivamente brasileiro, que agora inclui a primeira área árida do Brasil.

Essa transformação do ambiente é confirmada por um estudo que aponta um aumento de 52% nas áreas semiáridas e a emergência de uma área árida de 5,7 mil km² na fronteira entre Pernambuco e Bahia. Frente a essa realidade, projetos como Sertão Vivo e Floresta Viva foram destacados como esforços do governo federal, com apoio do BNDES, para estruturar uma resposta ao avanço da desertificação.

A presidente do Consórcio Nordeste e governadora do RN, Fátima Bezerra, apontou para a criação de um Fundo da Caatinga, gerido financeiramente pelo BNDES, com o propósito de fomentar pesquisa e inovação, além de combater o desmatamento. A iniciativa reflete uma união de esforços entre os governos estaduais e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima para proteger e desenvolver economicamente o bioma.

Além disso, o BNDES se destaca pela parceria com o Estado de Pernambuco no maior projeto de recaatingamento já empreendido, simbolizado por uma injeção de até R$ 60 milhões, garantindo a reabilitação de áreas degradadas e a promoção da biodiversidade. Este enfoque se afirma como uma via crucual para o desenvolvimento socioeconômico da região, oferecendo, simultaneamente, recuperação ambiental e melhorias na qualidade de vida das comunidades locais.

No cerne da bioeconomia, a Caatinga é destacada pelo seu potencial genético e pelo conhecimento acumulado, essencial para os desafios impostos pelas mudanças climáticas globais. O bioma desempenha um papel fundamental na captação de carbono, com a Embrapa revelando sua eficiência superior na comparação com trinta locais secos ao redor do mundo, inclusive superando as florestas amazônicas.

As perspectivas para o futuro do bioma são reforçadas pelo restabelecimento da Comissão Nacional de Combate à Desertificação pelo presidente Lula, com o objetivo de centralizar uma resposta estratégica brasileira ao fenômeno. Após duas décadas desde a criação do primeiro plano, o Brasil se prepara para atualizar suas diretrizes, alinhando-as aos compromissos internacionais e às necessidades urgentes do bioma. O renascimento da Caatinga perante os desafios ambientais contemporâneos, portanto, se mostra tanto uma obrigação quanto uma oportunidade para o país.


Fonte: https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/detalhe/noticia/No-Recife-BNDES-e-Consorcio-NE-realizam-seminario-sobre-Caatinga/

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