Um salto significativo na adoção de energias renováveis está se concretizando na Bahia, com a expectativa de abastecimento de energia para mais de 1 milhão de lares a partir de outubro de 2025. O projeto eólico Babilônia Centro, que entra em operação na data estimada, é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e representa compromisso forte em direção a uma matriz energética mais sustentável.
O BNDES disponibilizará R$ 3,16 bilhões para o empreendimento, que se destaca como o maior financiamento já feito pelo banco em termos de volume para a geração renovável. Localizado nos municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova, compõe o resultado de uma joint-venture entre a Casa dos Ventos e a ArcelorMittal, sendo um passo relevante na jornada da última para se tornar autossuficiente em energia, através do que é citado como o maior contrato corporativo de energia renovável do país.
O complexo abrigará 123 aerogeradores, com uma capacidade instalada de 553,5 MW e uma geração de energia estimada em 267 MW. Espera-se, além da produção energética, uma contribuição significativa para a economia local: a criação de 1.500 empregos diretos e 3.000 postos indiretos durante a fase de construção. Posteriormente, as operações do complexo manterão 80 empregos diretos e outros 150 indiretos, reforçando o papel das energias renováveis como vetor de emprego e renda.
A relevância desta iniciativa se estende ao cenário de descarbonização: o complexo eólico possibilitará a redução de cerca de 950 mil toneladas de CO2 anualmente, alinhando-se aos objetivos mais amplos de neutralidade de carbono e de diminuição de emissões específicas. Estas ações não somente fortalecem o compromisso ambiental da ArcelorMittal, mas inscrevem o Brasil entre os atores chave no panorama global da transição energética.
Diante de um contexto onde países como Índia e EUA oferecem incentivos para impulsionar a adoção da energia eólica, o Brasil já acumula duas décadas de atuação nesta frente. E o BNDES tem sido uma peça central nesse progresso, financiando 57,5% do total da capacidade eólica instalada no país, atestando a energia renovável como uma alternativa concreta e viável para um futuro mais limpo e sustentável.
Este desenvolvimento vai além das questões energéticas e ambientais, tendo em vista o enfoque atual na promoção do desenvolvimento sustentável local e melhoria na qualidade de vida das comunidades envolvidas. O impacto socioeconômico dos projetos eólicos nas regiões semiáridas do Brasil é um exemplo vivo de como investimentos estratégicos em energia limpa podem ser um motor eficiente de transformação social, gerando um ciclo virtuoso de crescimento e sustentabilidade.