O Plano Estadual de Bioeconomia do Pará, reconhecido como o primeiro do Brasil, ganhou proeminência em um cenário internacional durante a Conferência Pan-Amazônica pela Bioeconomia. Este marco foi anunciado na COP 27 em novembro passado e reiterou sua relevância ao ser destacado no painel de abertura do significativo evento, que aconteceu entre os dias 21 e 23 de junho de 2023. Sob a coordenação de 27 entidades nacionais e internacionais, a conferência se desdobrou em uma série de painéis de especialistas e mesas redondas.
O fato da conferência ser sediada em Belém do Pará, estabeleceu a cidade como um epicentro de diálogos essenciais para a bioeconomia e sua relação com a Amazônia. O secretário de meio ambiente e sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, representou o governador Helder Barbalho e evidenciou o caráter inovador do plano estadual. Este, ao incluir a participação direta dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (PIQCT), se apresenta como modelo para a integração bioeconômica da Pan-Amazônia e ilustra a vocação do Pará para conduzir tais debates.
Refletindo sobre o evento, Mauro O’de Almeida ressaltou a importância da troca de experiências e o valor agregado pelo PlanBio ao parlamento institucionalizado na conferência. Na visão do economista sênior da WRI Brasil, Rafael Feltran Barbieri, o plano paraense se alinha à necessidade vital de uma bioeconomia que preserve a floresta e suas funções ecossistêmicas, em destaque a regulação pluviométrica essencial para a agricultura regional.
O CEO global da WRI, Ani Dasgupta, enfatizou a relevância de uma atuação conjunta e multilateral no cenário global para evitar um ponto irreversível da crise climática, posicionando a bioeconomia como uma estratégia integrada para salvaguardar tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais.
Os painéis abordaram a perspectiva de alinhar planos nacionais e regionais à necessidade imperativa de uma economia sustentável, entre outros temas. O secretário Mauro O’de Almeida abriu a discussão sobre os desafios de escalabilidade produtiva sem prejudicar a conservação da natureza, propondo a “bioeconomia que queremos”.
Com este panorama, o Pará se estabelece como pioneiro no Brasil, e a conferência se configura como uma plataforma para compartilhamento de práticas e fomento de estratégias para a consolidação da bioeconomia, não apenas em âmbito nacional, mas também no contexto da vasta e diversa região Pan-Amazônica.