A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, iniciada no dia 30 de agosto e com duração até 1º de setembro de 2023, em Belém do Pará, reuniu diversas esferas da sociedade para dialogar sobre o futuro sustentável da Amazônia. Este evento é crucial para a bioeconomia, visto que oferece uma plataforma de troca entre sociedade civil, academia, setor público e privado, todos unidos pelo desafio comum de estimular o desenvolvimento socioeconômico sem prejudicar a maior biodiversidade do planeta.
Com a moderação do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o evento abordou temas centrais para a sustentabilidade, como bioeconomia, economia circular, mercado de carbono e combate aos crimes ambientais. A presença de personalidades de calibre internacional, como Ban Ki-Moon, ex-Secretário-Geral das Nações Unidas, Izabella Teixeira, ex-Ministra do Meio Ambiente do Brasil, bem como o ex-presidente colombiano Iván Duque e o ex-Primeiro-Ministro britânico Tony Blair, reflete o peso global e a complexidade dos assuntos abordados.
Na fala inaugural, Ban Ki-Moon destacou a urgência na preservação ambiental para assegurar o futuro da humanidade. Ele enfatizou a necessidade de reformarmos nossas economias e sistemas energéticos para enfrentar a crise do clima e alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU.
A atenção também se voltou para o papel da mineração na região, uma vez que o IBRAM organizou o evento e contou com o patrocínio de grandes mineradoras. A líder indígena Neidinha Suruí destacou a importância do diálogo entre o empresariado e os povos indígenas, expressando uma crítica em relação à tese do Marco Temporal e enfatizando a posição contrária dos povos indígenas ao garimpo em suas terras.
Um conceito interessante mencionado durante a conferência foi a existência de “várias Amazônias”, abordada por Alexandra Moreira, Secretária Geral da OTCA. Ela explicou que as diferenças entre as regiões exigem abordagens específicas para as políticas públicas de conservação e desenvolvimento sustentável. Este ponto foi reforçado por uma publicação do projeto Amazônia 2030, a qual categorizou a região pan-amazônica em cinco zonas distintas e sugeriu soluções específicas para cada uma delas.
A conferência ressaltou a necessidade de mais investimentos para superar as disparidades da região em termos de saúde, educação e infraestrutura, destacando a necessidade de um princípio de justiça tributária, que reconheceria a necessidade de mais recursos face aos desafios excepcionais da região.
Esta reportagem destaca que a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias é um marco para a bioeconomia e para as discussões sobre políticas públicas e desenvolvimento sustentável na região amazônica. A participação de líderes globais, habilidades multidisciplinares e a conscientização sobre a complexidade da região são passos importantes para integrar a bioeconomia no cenário mundial e realmente avançar as agendas da sustentabilidade e do desenvolvimento socioeconômico.