O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um investimento significativo na bioeconomia brasileira por meio da iniciativa de Planejamento Espacial Marinho (PEM). Conhecida como Amazônia Azul, a região abrangida por este projeto especial cobre toda a costa brasileira, uma extensão de aproximadamente 5,6 milhões de km², englobando 280 municípios ricos em biodiversidade, recursos minerais e onde estão situadas as valiosas reservas de pré-sal. As águas da Amazônia Azul são vitais para o país, com um expressivo percentual da produção nacional de petróleo, gás natural e pescado sendo originado dessa área, além de ser uma rota crucial para mais de 95% do comércio exterior do Brasil.
Com um aporte de R$ 7 milhões destinado ao Sul do país, o suporte financeiro vem do Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP) e será empregado na realização de estudos do PEM, com o objetivo de regulamentar e fomentar a chamada economia azul de maneira sustentável. Marcus Santiago, chefe do Departamento de Meio Ambiente do BNDES, ressalta que o investimento simboliza a entrada do Banco em iniciativas voltadas para a adaptação climática baseadas na natureza. Esta “ação azul” se soma aos esforços já realizados pelo BNDES na promoção da economia verde.
Luiz Pazos, gestor do Departamento de Meio Ambiente do BNDES, destaca o imenso potencial econômico marinho-marítimo do Brasil, que necessita ser reconhecido, respeitado e explorado em harmonia com a conservação ambiental. Este panorama se alinha ao entendimento global que coloca o ambiente marinho como um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico. Pazos sinaliza que o financiamento dos estudos de PEM é uma resposta às demandas por compreensão e uso sustentável dos recursos marinhos do país.
O BNDES prevê um investimento adicional de R$ 12 milhões para pesquisas no âmbito do PEM em outras regiões brasileiras. A meta é abarcar uma variedade de atividades, como a preservação marítima, lazer, esportes aquáticos, turismo, pesca artesanal e em pequena escala, sem negligenciar os setores econômicos de maior escala, como portos, aproveitamento energético e navegação.
O anúncio foi feito em uma solenidade no Palácio da Associação Comercial da Bahia, contando com a presença de Santiago e Pazos, além de representantes da Marinha do Brasil, autoridades locais, pesquisadores e empresários, evidenciando o caráter colaborativo e multidisciplinar do projeto. Este investimento posiciona o BNDES como um agente promotor do desenvolvimento sustentável, partindo da perspectiva de que a saúde dos oceanos está intrinsecamente ligada ao bem-estar econômico e social do Brasil e do mundo.