Em um ambiente global cada vez mais preocupado com as questões ambientais, pesquisadores da Chung-Ang University, na Coreia do Sul, liderados pelo Professor Sangkil Lee, estão explorando o potencial do polímero biodegradável tara gum. Este composto natural, derivado das sementes da árvore de tara, apresenta-se como uma alternativa sustentável ao plástico sintético frequentemente empregado em diversas indústrias. O estudo publicado no periódico Carbohydrate Polymers, evidencia a adaptabilidade dos polissacarídeos de tara gum, como o galactomanano, amplamente usado como revestimento, filmes comestíveis, e como espessante e estabilizador em alimentos e na área farmacêutica.
O grupo de pesquisa examinou métodos de modificação, conhecidos como enxertia, para potencializar a funcionalidade da tara gum e suas aplicações nas indústrias de alimentos e farmacêutica. Essas modificações abrangem tanto a incorporação de quitosana ou outros polímeros naturais como de materiais inorgânicos, tais como nanopartículas de cobre e zinco, com o intuito de aprimorar propriedades antibacterianas.
A compatibilidade biológica, biodegradabilidade e segurança fazem do tara gum um material valioso em setores estratégicos como o alimentício e o farmacêutico. No setor de alimentos, derivados modificados do tara gum têm sido aplicados em embalagens biopoliméricas, monitoramento da deterioração de frutos do mar e leite, agentes de gelificação, proteção de curto prazo de alimentos contra oxidação e na proteção de alimentos gordurosos. Já na indústria farmacêutica, suas aplicações incluem a liberação controlada de vitamina D-3, desenvolvimento de hidrogel antibacteriano, fornecimento de ferro para bebês e adultos, liberação controlada de medicamentos e restauração da barreira fisiológica do intestino.
O Professor Lee destaca que “as propriedades físico-químicas da tara gum e seus produtos podem ser aprimoradas utilizando vários tipos de monômeros, agentes de ligação cruzada ou outros polissacarídeos”. Ele acrescenta ainda que “a melhoria de propriedades antibacterianas pode ser alcançada através da incorporação de quitosana, outros polímeros naturais ou materiais inorgânicos como nanopartículas de cobre e zinco.”
As descobertas dos pesquisadores apontam que a tara gum apresenta um potencial significativo para reduzir o impacto ambiental ao substituir plásticos sintéticos por alternativas sustentáveis. A publicação do estudo coincide com um momento de crescente inquietação sobre o impacto do descarte do plástico sintético no meio ambiente e um interesse ascendente por substitutos sustentáveis e derivados de polímeros naturais.
O momento é propício para inspirar pesquisas adicionais quanto aos potenciais usos da tara gum no desenvolvimento de diversos produtos relacionados a alimentos, bem como formulações de medicamentos eficazes e seguros para minimizar riscos à saúde global e reduzir custos associados.
